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Balela digital

Câmera clara 295

Por Luiz Joaquim | 05.11.2012 (segunda-feira)

Você deve ter lido muito por aí que o cinema digital é o futuro (na verdade já é o presente, mesmo que ainda impreciso), mas também deve ter lido a informação equivocada que o cinema digital 4K se iguala à qualidade dos filmes em película 35mm. Vamos por fim a este mito. Antes, vale situar você, leitor, sobre o 4K. “4K” é a representação do formato cinematográfico digital de imagem em mais alta quantidade de pixels em uso nos dias de hoje no mercado de exibição. Uma imagem em 4K tem 4.096 pixels no eixo horizontal e 2.160 pixels no eixo vertical, o que é praticamente equivalente à película 35mm. Quase. Uma das publicações mais sérias no aspecto tecnológico digital para o cinema chama-se “O Dilema Digital” (86 páginas). É desenvolvida e publicada pelo Conselho de Ciência e Tecnologia (CCT) da Academia de Artes e Ciências Cinematográfica de Hollywood. Como “cinema” significa “indústria” em Hollywood, acho que ninguém duvida da precisão das informações ali anunciadas pelos mais respeitados cientistas da tecnologia audiovisual e experts no mercado cinematográfico. Pois bem. “O Dilema” diz que, como qualquer processo adotado, há questões não resolvidas. O material matriz resultante de digitalização da imagem contém menos informação visual em termos de detalhe fino e intervalo dinâmico (comumente denominado de “definição”, ver diagrama acima); e possui qualidade de imagem inferior em relação à obtida ao longo de mais de 100 anos com a película. Do ponto de vista da preservação, há ainda uma preocupação de que a decisão de guardar matrizes de qualidade reduzida tenha consequências adversas no futuro. Em outras palavras, não se sabe como poderemos lidar com os arquivos em digital de hoje daqui a 50 anos. Mas o grande efeito colateral do processo de masterização digital é que, em muitos casos, a matriz digital final conserva pouca semelhança com o negativo original de câmera (ou aos dados da câmera digital, se uma câmera digital é usada na produção). Se olharmos o gráfico acima, isso fica bem claro no campo de amplitude da curva “espaço de cor” e na linha “definição” para a coluna “película 35mm” da coluna “cinema digital 4K”. Só não vê a diferença quem não quer ver. E quem diz não é este colunista, mas sim os cientistas de Hollywood.

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Robopolêmica
O blog “Audiovisual em foco” publicou informações sobre o roteiro do novo “Robocop” a partir do acesso que o crítico de cinema Drew McWeeny teve a uma cópia do roteiro escrito pelo novato Joshua Zetumer, e ele não falou muitas coisas boas em seu twitter. O filme irá fazer referências ao original, sempre ridicularizando-o, com repórteres fazendo comentários relacionados aos pôsteres do original. No seu twitter, McWeeny escreveu: “Vou contar mais um detalhe. No filme quando Murphy se torna o Robocop 1.0 ele é descrito como – uma versão de alta tecnologia da roupa dos anos 1980 -. Aí eles mostram uma cena com um grupo de pesquisa composto por criminosos que riem do design. Parece um brinquedo dos anos 1980! / Então redesenham o projeto para ele parecer mais ameaçador como Robocop 2.0, que passa pela aprovação do grupo. / Eles não só fazem questão de incluir o modelo original como também apontam que ele está datado e é estúpido”.

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Brasil no Oscar?
Semana passada iniciou o Curta na Tela, festival carioca dedicao ao curta-metragem. Um dos destaques é a exibição de “Amores Passageiros”, do gaucho Augusto Canani (de “Histórias Bizarras do Ricardinho). A obra recebeu o Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Los Angeles International Shorts Film Festival. Deste festival, 41 filmes vencedores foram indicados ao Oscar e 12 deles ganharam o prêmio de Hollywood. Na história, um operário da rede de esgotos (Osmar Prado) encontra o corpo de uma morta, de 17 anos, por quem ele se apaixona.

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IAC-CINE
Abertas inscrições – até sexta-feira (09) – para a mostra competitiva do 1º Festival Nacional de Cinema de Artista (Iac Cine 2012). O festival terá premiações para os três melhores trabalhos entre R$ 5 e R$ 3 mil. O evento acontece entre 30 de novembro e 2 de dezembro no Centro Cultura Benfinca da UFPE. Mais infos em (www.blogiac.wordpress.com).

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Poltergeist
Clássico do horror do sobrenatural, “Poltergeist: O Fenômeno” (1982), de Tobe Hooper produzido por Spielberg, vai ganhar uma refilmagem. A boa notícia é que Sam Raimi (“A Morte do Demônio”) sera o diretor. Nos anos 1980, a plataforma para os fenômenos acontecerem era a televisão. Qual sera a dos anos 2010? O YouTube?

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