Tudo que Eu Amo
Punk rock da polônia
Por Luiz Joaquim | 20.11.2012 (terça-feira)
Em estreia extraordinário hoje (terça, 20) – e programado apenas para exibir até quinta-feira (22) –, o bom “Tudo que Eu Amo” (Wszystko, co kocham, Pol., 2009) começa a ser exibido no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e tem apenas 12 sessões (quatro por dia, ver roteiro) para agradar e fazer o seu público no Recife. Se, para este agrado acontecer dependesse apenas deste filme dirigido por Jacek Borcuch, seria fácil.
Isto porque “Tudo que Eu Amo”, indicado pelo seu país a tentar a briga pelo Oscar de estrangeiro em 2010, e tendo agradado no festival Sundance daquele ano, é um trabalho marcante vindo daquela região, e em se tratando da caracterização de um período vital na política polonesa – sendo a ótica a de jovens que processam tudo pela música punk.
É 1981 e o filme acompanha Janek (o bom Mateusz Kosciukiewicz), de 18 anos. Ele é o filho rebelde de um policial militar e vocalista de uma banda de punk rock local. Ao se apaixonar por Basia (Olga Frycz), filha de um ativista político simpático ao movimento “Solidariedade” – que dá partida a uma linha mais dura com relação aos preceitos do comunismo -, o casal passa a compartilham não só experiências sexuais mas também políticas.
Ao mesmo tempo, Janek leva consigo os típicos anseios de um adolescente, seja com os ensaios com sua banda, seja pelos encontros furtivos com Basia, ou ainda quando espia a vizinha mais velha e casada (Katarzyna Herman), que de vez em quando lhe ajuda em sua iniciação sexual.
Impressiona também o trabalho técnico em “Tudo que Eu Amo”, com uma direção de arte impecável e com os atores que formam a banda de Janek inteiramente entrosados com os instrumentos. A trilha sonora é um presente à parte, lembrando as melhores bandas punk ou pós-punk do período, como a Joy Division. Não a toa, a sequencia inicial lembra o clássico videoclipe da música “Love Will Tears Apart”. O filme também evita clichês, mesmo com a similaridade de uma infinidade de bandas da época.
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