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Festivais

Vivo Open Air (2012) – abertura

Evento abre com O Som ao Redor

Por Luiz Joaquim | 28.11.2012 (quarta-feira)

Mais de uma centena de pernambucanos hoje vão matar uma curiosidade que vem sendo alimentada pela mídia desde janeiro último. Após dez meses de sua premiere no Festival de Roterdã (em janeiro, na Holanda), passados 28 festivais de cinema mundo afora, depois de receber alguns prêmios nacionais e internacionais, bem depois de seu lançamento em salas comerciais na Europa e nos EUA, o Recife verá hoje, às 19h, “O Som ao Redor”, primeiro longa-metagrem de ficção de Kleber Mendonça Filho.

“O Som…” terá a honra de abrir o 1º Vivo Open Air (VOA) por aqui (ou será o inverso?). Evento que já carrega uma história de dez anos no Rio de Janeiro e São Paulo e que agora aporta no Recife, capital cujo respeito cinematográfico já não é mais novidade no cenário nacional e, por que não, internacional. Na verdade, é primeira vez que o VOA acontece no Nordeste. Com exibições de hoje (28/11) até domingo (às 17h no domingo) – e também na próxima semana, entre 5 e 9 de dezembro, a produção também oferece, logo após a projeção de filmes, apresentações de shows musicais.

Já neste sábado, 1º de dezembro, toca Baby do Brasil que é seguida pela Festa Odara. Um pouco antes, os espectadores vêem o clássico “Curtindo a Vida Adoidado” (1986), de John Hughes. Para a sexta-feira (7/12), sobe ao palco Tio Preto com Seu Jorge e Karynna Spinelli. Eles cantam depois da sessão de outros dois títulos pernambucanos: o longa-metragem “Era Uma Vez, Eu Verônica”, de Marcelo Gomes, e o curta “A Onda Traz, O Vento Leva”, de Gabriel Mascaro.

Na verdade, a grande curtição do VOA está exatamente na (boa) estrutura incomum que oferece para ver filmes ao ar livre. Instalado no Cais de Santa Rita, em terreno da Capitania dos Portos (próximo as Torres Gêmeas), a estrutura promete dez sessões de cinema a céu aberta com excelência na qualidade de projeção e som. Para tanto, o VOA utiliza uma tela de 325 metros quadrados (dimensão que lembra uma quadra de tênis), uma cabine de projeção de três toneladas à prova de som, projetor digital Christie (DCP, 4K) com lâmpada de 6 mil watts, 30 mil watts de som para 29 alto-falantes. A produção explica que a tela gigante resiste às condições climáticas adversas, como ventos de até 50 quilômetros por hora, e possui dispositivo de segurança especial para desligá-la – caso o vento ultrapasse essa velocidade.

Para tanta tecnologia, os títulos escolhidos só podiam ser também do mesmo nível. Além dos mencionados acima, o VOA oferece a chance de rever, em dimensões inéditas, “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino (amanhã); “As Aventuras de Tintim”, de Steven Spielberg (domingo, 02/12); “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola (quinta, 06/12); “De Volta para O Futuro” (sábado, 08/12); e “Baile Perfumado”, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas (domingo, 09/12).

Entre os inéditos estão a comédia “Quatro Amigas e Um Casamento”, de Leslye Headland, com Kirsten Dunst (sexta, 30/11); “Uma História de Amor e Fúria”, animação de Luiz Bolognesi, com participação de Camila Pitanga, Selton Mello e Rodrigo Santoro (domingo, 02/12, às 19h) e “Holy Motors”, de Leox Carax, exibido em Cannes com Eva Mendes, Kylie Minogue e Michel Piccoli (quarta, 05/12).

O SOM AO REDOR
Tanta curiosidade no meio cultural recifense para ver “O Som ao Redor” pode ser respondida por um 2012 inteiro e intenso com mídias espontâneas celebrando a produção de Kleber Mendonça Filho. Aos cineastas brasileiros que se queixam da falta de divulgação de seus filmes, seria bom observar a inteligência da trajetória midiática de “O Som…”. Trajetória cuja estratégia lembra a de “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles; a primeira por aqui, pós-crise Collor, nos termos em que o sucesso surge no exterior e depois conquista o Brasil.

Mas nada disso, em absoluto, funcionaria se não houvesse estofo em “O Som ao Redor”. Seguindo a trajetória dos habitantes de uma rua em Setúbal, no Recife, e mostrando como suas vidas mudam com a chegada de seguranças particulares para “cuidar” do bairro, “O Som…” oferece cinema de alta qualidade para qualquer parte do mundo – como já comprovou. Agora é a vez do povo que inspirou o cineasta confirmar isto. E numa quadra de tênis como tela de cinema.

SERVIÇO:
Vivo Open Air Recife
de 28/11 a 09/12.
19h (quarta a sábado); 17h (domingo)
Ingressos (primeio lote):
de 4ª, 5ª e Domingo: R$ 36 inteira, R$ 18 meia.
Sextas e sábados; R$ 40 inteira, R$ 20 meia.
A venda no site da Ingresso Rápido (http://www.ingressorapido.com.br)
Loja Esposende (Shopping Tacaruna e Shopping Recife).

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