Monocultura
Câmera clara 303
Por Luiz Joaquim | 31.12.2012 (segunda-feira)
Por ocasião do lançamento milionário de “De Pernas pro Ar 2” semana passada nos cinemas do Brasil, Carlos Eduardo Rodrigues (o Cadu), diretor executivo da Globo Filmes, publicou artigo destacando sua satisfação em por no mercado um produto para combater a produção hollywoodiana dentro do circuito brasileiro. Nas palavras de Cadu, “no passado recente quando um filme americano era lançado com 500 cópias, um grande lançamento brasileiro tinha 350 copias. Hoje, se eles vão de mil salas, nos vamos de 700 com o De Pernas para o ar 2”. Como observou a jornalista Maria do Rosário Caetano, a postura do diretor globeleza é a da monocultura, ou seja, considerando que em 2012 aconteceram 331 lançamentos nas salas de cinema brasileiras – sendo 240 filmes estrangeiros e 91 brasileiros e/ou coproduzidos com o Brasil – o fato de pôr uma mesma produção em cerca de 1/3 de nossas salas é o mesmo que plantar soja no País inteiro. Quando se briga pela presença do cinema nacional no mercado exibidor do País, está implícita a briga pela diversidade do cinema brasileiro nas telas. Acreditamos que não parece saudável se estas telas ficam restrita ao Globo Filmes way of production. E, que fique claro, não devemos abandonar o critério da qualidade em detrimento ao da diversidade.
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Tiradentes, longas
Cinco documentários e duas ficções em longa-metragem foram selecionados para a competição “Aurora” de 2013 na 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), que inicia dia 18/01. São eles: “Ferrolho” (Taciano Valério – PE) na foto, “Ventos de Valls” (Pablo Lobato – MG), “Flutuantes” (Rodrigo Savastano-RJ), “Linz: Quando Todos os Acidentes Acontecem” (Alexandre Veras – CE), “Matéria de Composição” (Pedro Aspahan-MG), “Nas Minhas Mãos eu Não Quero Pregos” (Cris Ventura- MG) e “Os Dias com Ele” (Maria Clara Escobar-SP). Com representantes de várias regiões brasileiras, a Mostra competitiva, realizada há seis anos, apresenta novos diretores com até três longas na carreira. Uma das novidades desta edição é que o vencedor da Mostra Aurora receberá o Prêmio Itamaraty no valor de R$ 50 mil.
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Horários nos cinemas
Quem quiser ver filmes nos cinemas da rede UCI/Kinoplex no Recife (nos shoppings Recife, Tacaruna e Plaza) precisa ficar atento aos horários de funcionamento. Os filmes hoje são passam em sessão que iniciam até às 17h. Amanhã, as sessões estão abertas a partir das 14h. O mesmo horário foi adotado pelo complexa no shopping Guararapes, do grupo Cinépolis.
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Som na Cidade
“O Som ao Redor”, aclamado primeiro longa-metragem de ficção do realizador pernambucano Kleber Mendonça Filho, tem sessão de pré-estreia nesta quinta-feira (3) às 20h50 na sala Cinemark 5, no shopping RioMar. O filme entra em cartaz no dia seguinte no mesmo complexo e no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.
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