É sempre uma missão delicada a de fazer o resgate dos pontos mais importantes do ano no campo cinematográfico. Mas os fatos, tão concretos e gritantes em 2012, superaram a subjetividade de qualquer opinião personalizada, facilitando o trabalho. Com o cinema pernambucano marcando presença maçisa nos mais importantes festivais do Brasil, sem falar nos do exterior, não há dúvida que 2012 será lembrado como a data da coroação de um projeto de cinema no Estado que vem sendo construído com muito trabalho e talento.

Basta lembra da ocupação pernambucana no 45º Festival de Brasília, em setembro. Dos 30 títulos escolhidos, sete eram de Pernambuco. Nem o Rio de Janeiro, nem São Paulo tiveram essa representatividade na seleção. Tamanha presença não podia sair sem prêmios e, eles não foram poucos. Totalizaram mais de dez, divididos entre “Boa Sorte Meu Amor”, de Daniel Aragão; “Eles Voltam”, de Marcelo Lordello; e “Era Uma Vez Eu, Verônica”, de Marcelo Gomes, “Doméstica” e “A Onda Traz, O Vento Leva”, ambos de Gabriel Mascaro; “Canção Para Minha Irmã”, de Pedro Severien. Com o detalhes que o prêmio máximo foi dividido entre os Marcelos Lordello e Gomes.

Um mês antes, “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, ganhava sua primeira exibição no Brasil – no 40º Festival de Gramado – de onde saíra com três Kikitos. Uma bagatela, se pensarmos nos outros troféus que a obra recebeu nos 28 festivais que circulou (até agora).

No campo do mercado para o cinema brasileiro, a notícia é que “Até que A Sorte nos Separe” (com 3,2 milhões de espectadores, e ainda em cartaz) foi o preferido entre os pagantes que vão aos multiplex. A tendência para as globochanchadas cresce e merece um estudo aprofundado a respeito. Como contraponto, a versão levada à tela por Breno Silveira para a história de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha deu certo.

De Hollywood e do mundo, títulos como “Drive”, de Nicolas Widding Refn, catapultaram o status de galã para Ryan Gosling, enquanto “Shame”, de Steve McQueen, reforçaram a fama de talentoso para Michael Fassbender – que também destacou-se por “Prometheus”, espécie de pre-sequência de “Alien: O Oitavo Passageiro”, ambos dirigidos por Ridley Scott.

Logo na primeira semana de 2012, mais uma vez Spielberg dividiu oponiões com o seu ótimo “Cavalo de Guerra”, para em seguida Martin Scorsese encantar a todos por “A Invenção de Hugo Cabret” e provar que o 3D Digital pode ser utilizado “para o bem”. Mas nada, em todo o ano, se comparou a adesão dos espectadores ao filme “Os Vingadores”. Os Estúdios Márvel capricharam na obra que reuniu Hulk, o Homem de Ferro, Thor, Capitão América, Viúva Negra e o Gavião Arqueiro. Ágil, humorado e com efeitos incríveis, a produção levou quase 11 milhões de pagantes aos cinemas, tornando-o o campeão de bilheteria em 2012.

É verdade que “Amanhecer: Parte 2” ainda está em cartaz e já marcou seu ponto na história do mercado brasileiro – ao arrebanhar um milhão de fãs apenas no primeiro dia de exibição – mas dificilmente tira o posto de campeão do ano de “Os Vingadores”, seguido por “A Era do Gelo 4”, certamente o melhor da franquia do esquilinho Scrat.

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PERSPECTIVA 2013

Mais super-heróis em 2013

Com tanto dinheiro resgatado por aventuras protagonizadas por super-herois, não é de espantar que a indústria norte-americana aposte pesado neles para novos investimento. Assim sendo, 2013 vai conhecer “Thor 2”, “Homem de Ferro 3”, e “Superman: O Homem de Aço”, agora com Henry Cavill com o herói de Krypton.

No trilha fácil de fazer dinheiro por filmes sequências ou pré-sequência, teremos ainda a Lucasfilm produzindo um novo capítulo da saga “Guerra nas Estrelas”, virá “Se Beber, Não Case 3”, vem “300, Rise of The Empire”, com Rodrigo Santoro de novo como Xerxes; tem “Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer”, e “Meu Malvado Favorito 2”. Ainda veremos “Os Mercenários 3”, e “Dois Dias em Nova York”, de Julie Delpy.

Com ideias novas, chega Quentin Tarantino com “Django Livre”; o americano “Segredos da Paixão”, novamente com Santoro; a ação “O Último Desafio”, que trará Schwarzenegger às telas; e o novo filme de Paul Thomas Anderson, “O Mestre”. O galã Brad Pitt aparece em “Guerra Mundial Z”. De refilmagem, uma espectativa reina sobre “A Morte do Demônio”.

Do Brasil, as apostas ficam com “Se Puder, Dirija!”, primeira produção tupiniquim em 3D live-action; também com “Tainá: A Origem”, o projeto “Rio, Eu Te Amo” (um coletivo com diversos diretores); e o novo filme de Bruno Barreto, “Flores Raras”, com Glória Pires.

Ainda em destaque “Somos Tão Jovens”, de Antônio Carlos da Fontoura que faz uma cinebiografia de Renato Russo; e ainda relacionado com o lider da banda “Legião Urbana”, estreia “Faroeste Caboclo”, estrelado pelo filho do cantor. Também teremos “De Pernas pro Ar 2” e “Bonitinha mas Ordinária”, produzido por Diler Trindade.

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Dez mais visto em 2012 no Brasil*
(até 25/11/2012)

FILME / público

1 – Os Vingadores – 10,9 milhões
2 – A Era do Gelo – 8,7 milhões
3 – Amanhecer: Parte 2 – 6,2 milhões (em cartaz)
4 – Madagascar 3 – 5,2 milhões
5 – Alvin e Os Esquilos 3 – 5,17 milhões
6 – O Espetacular Homem Aranha – 5,15 milhões
7 – Batman: O Cavaleiro das Trevas – 5,11 milhões
8 – Valente – 3,4 milhões
9 – Até que a Sorte nos Separe – 3,2 milhões (ainda em cartaz)
10 – Os Mercenários 2 – 3,1 milhões