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Festivais

16a Tiradentes (2013) – premiação

Longa Os Dias Com Ele vence Tiradentes

Por Luiz Joaquim | 28.01.2013 (segunda-feira)

TIRADENTES (MG) – Venceu a sensatez na 16a Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada na noite de sábado em Minas Gerais. O documentário paulista “Os Dias com Ele”, de Maria Clara Escobar, foi logrado pelo júri oficial o melhor longa-metragem, entre sete, do segmento competitivo “Aurora”. Na categoria curta-metragem, concorriam oficialmente 14 títulos no programa “Foco”. Saiu vencedor “Meu Amigo Mineiro”, co-produção mineira-cearense de Gabriel Martins e Victor Furtado.

Ainda na competição oficial, Pernambuco marcou presença pelo curta-metragem “A Onda Traz, O Vento Leva”, de Gabriel Mascaro. O trabalho da produtora recifense Desvia Films competiu contra mais de 100 obras e foi eleito o melhor curta pelo votação do júri popular. Mascaro também foi escolhido para o prêmio Aquisição Canal Brasil, cujo valor é de R$ 15 mil, mais sua inclusão na programação da TV. Com o diretor sem poder estar em Minas por compromisso no exterior, a organização da Mostra solicitou ao editor deste site, CinemaEscrito, para representá-lo na premiação.

“Os Dias com Ela” também foi eleito o melhor filme pelo júri jovem. Pela primeira vez, Tiradentes contou com prêmio Itamaraty, que concedeu R$ 50 mil a Maria Clara Escobar. Na história, Maria Clara faz uma sofisticada busca pela identidade a partir de conversas dela, em Portugal, com seu pai, o dramaturgo, intelectual comunista torturado na ditadura militar brasileira, Carlos Henrique Escobar. Sem falar sobre o assunto desde que passou a morar na Europa, ele coloca no filme suas opiniões fortes, condimentadas por indignação.

No processo de feitura, as situações invertem e as questões de identidades de um, do outro, ou dos dois, acabam se fundindo. Nesse cenário humano, a estratégia narrativa aponta para várias direções do documentário contemporâneo. A obra problematiza assim a identidade, família, política e a vida, cuja importância, ou desimportância, são relativizadas pela inteligência de pai e filha juntos se (re)descobrindo.

Já pelo gosto do público, contabilizando cerca de 35 mil pessoas que marcaram presença nos três pontos de exibição do evento durante nove dias, o longa-metragem “Dossiê Jango”, de Paulo Henrique Fontenelle, foi o eleito. Exibido no Cine-Praça, o longa foi produzido integralmente pelo Canal Brasil, e trata do suposto complô que culminou no assassinato do ex-presidente João Goulart.

O Júri oficial da Mostra Tiradentes foi composta por Esther Hamburger, professora da USP, Fábio Andrade, crítico de cinema (RJ), Marcelo Miranda, jornalista e crítico de cinema (MG), Alexandre Figueirôa, professor e pesquisador da Unicap e Sheila Schvarzman, professora e pesquisadora (SP).

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