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Festivais

16o Tiradentes (2013) – noite 4

Tiradentes faz premiere de curta pernambucano

Por Luiz Joaquim | 23.01.2013 (quarta-feira)

TIRADENTES (MG) – Pernambuco deu as caras novamente na 16a Mostra de Cinema de Tiradentes. A noite de segunda-feira viu a primeira exibição pública de “O Ouvido de Vinícius”, novo curta-metragem assinado por Sérgio Oliveira com o portenho Ezequiel Pierri (e crédito no roteiro também de Renata Pinheiro).

O curta-metragem passou junto a outros cincos na série 1 da Mostra Foco, que atenta para filmes mais experimentais na linguagem. Rodado na Argentina, o tal Vinícius do título é o nosso “de Moraes”, e a ideia do filme veio por conta de um apreciador seu em Bueno Aires.

Sérgio e Ezequiel contam no filme com uma mulher (sugerindo Maria Bethânia?) que perambula, como uma alegoria, com seu microfone pelo mundo. Funcionando em três instâncias – o estúdio, a rua, a casa do fã de Vinícius -, o filme parece propor mais situações do que parece suportar. De toda forma, “O Ouvido…” reforça a capacidade de Oliveira em manipular imagens com coerência e beleza.

O grande destaque da série ficou mesmo com o paraibano “Púrpura”, de Tavinho Teixeira (do longa “Luzeiro Volante”). Numa espécie de fim do mundo pessoal entre um homem e uma mulher vivendo na mata, ele a leva para uma despedida pacífica num rio. Cenas com cavalos morrendo combinadas com um cenário devastado pelo fogo tem uma força poderosa que a tornam indeléveis. No elenco, Mariah Teixeira, a menina de “Baixio das Bestas”.

A noite viu também a inauguração da mostra Aurora, com longas inéditos e em competição por aqui. O mineiro “Ventos do Valls”, de Pablo Lobato. O filete de amarração aqui conta a viagem de volta a Catalunha, Espanha, da família Panadés. São seis irmãos e irmãs idosos que saíram de lá na infância e juventude e hoje retornam com a netinha Ana, de três anos.

Afora a beleza pela pureza de Ana, fácil de encantar, “Ventos de Valls” soa fortemente apenas como um filme familiar, em que nesta trajetória de retorno às origens acrescenta pouco para quem está fora da família. Talvez a relação das emoções novas importantes para a formação de Ana com as que foram para os idosos na infância seja o único ponto de interesse aqui. Mas, ainda assim, soa bem frágil.

Melhor ver “Ivan: De Volta ao Passado”, do paranaense Guto Pasko, sobre o ucraniano que aos 91 anos retorna a sua terra 68 anos depois. Filme foi apresentado em 2012, aqui mesmo em Tiradentes.

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