X

0 Comentários

Críticas

Uma Família em Apuros

Em busca da família perdida

Por Luiz Joaquim | 11.01.2013 (sexta-feira)

É por produções como “Uma Família em Apuros” (Parental Guidance, EUA, 2012), hoje em cartaz, que consegue-se enxergar claramente a vocação industrial de Hollywood. Dirigida por Andy Fickman, que realizou o simpático juvenil “Ela É o Cara” em 2006, a nova produção tem seu público alvo muito bem delineado: a família média norte-americana. São obras que chegam sorrateiras em todo o planeta. Chegam de maneira sutil, disfançando seu universo padronizado e sua estrutura própria de humor esquemático – e por isso mesmo pragmaticamente eficiente. Sendo mais direto e explícito, “Uma Família em Apuros” é o que se pode chamar de, no Brasil, um quase inofensivo filme “Sessão da Tarde”.

Em “Uma Família…”, Fickman, como sugere o título, foca agora os laços familiares pela tentativa de aproximação dos avós Artie (Billy Cristal, talmbém produtor aqui) e Diane (Bettle Middler) com os netos Harper (Bailee Madson), Turner (Joshua Rush) e o pequeno Barker (Kyle Harrison Breitkopt). A oportunidade aparece quando a mãe dos meninos Alice (Marisa Tomei) decide acompanhar o pai (Tom Everett Scott) numa viagem.

As crianças, criadas no modo “moderno” de educação – pelo qual a palavra “não” não pode ser dita – precisam então ficar com os velhos Artie e Diane. No perfil da criançada, a garota Harper está entrando na adolescência, aos 12 anos, Turner, aos 9, é inseguro com sua gageira; e o pequeno Barker com 6 anos, precisa de cuidados mais infantis.

Os conflitos entre o modo de educar da geração dos avós para a dos pais dão o mote da graça aqui. Mais relaxados quanto às obrigações da vida e ao mesmo tempo mais tradicionais quando a educação pede uma reprimenda dura, os avós dão uma nova perspectiva às crianças. Neste processo, o próprio Artie percebe os erros que cometeu na educação da filha Alice.

É a rendenção, conceito muito presente no cinema hollywoodiano. Os personagens erram, reconhecem o erro anos mais tarde, pedem desculpas e são perdoados. Num paralelo a um bom filme recente, “Uma Família em Apuros” poderia ser comparado ao mais recente filme em que vimos Clint Eastwood, “Curvas da Vida” (2012), como um olheiro de beisebol resgantando o amor da filha adulta.

Em “Uma Família…” Cristal não é um olheiro, mas um narrador de jogos de beisebol cuja carreira também atrapalhou a relação com Alice. Se dar bem com os netos é sua redenção. Ele consegue e o publico dá algumas risadas inofensivas, sentido o gosto de pipoca na boca. Sim, mesmo sendo industrail, isto ainda é cinema.

Mais Recentes

Publicidade

Publicidade