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Reportagens

Algumas estreias

Altruísmo pauta duas estreias

Por Luiz Joaquim | 15.02.2013 (sexta-feira)

Dois bons filmes, longe do espírito carnavalesco, chegam (finalmente) ao Recife. E chegam anunciados como “filmes de arte”, mais pela nacionalidade do que por qualquer invenção linguística em sua narrativa. Eles são a co-produção espano-argentina “Elefante Branco” e o francês “Tudo o Que Desejamos”; e oferecem ação e drama com competência (para horários, ver roteiro na página 5).

A tensão social pauta “Elefante Branco” (Elefante Blanco, 2012) de Pablo Trapero, assim como pautava outros de seus filmes de maior sucesso e conhecidos no Brasil: “Leonera” (2008) e “Abutres” (2010). No novo filme, a dupla de estrelas portenha Ricardo Darin e Martina Gusman, de “Abutres”, está de volta, agora ao lado da estrela belga Jérémie Renier (colaborador constante dos Irmãos Dardenne).

No enredo, Darín e Renier são padres que vivem a tentar resolver os problemas sociais de uma favela em Buenos Aires. Determinados, eles enfrentam dificuldades para ajudar os carentes por causa de atrapalho de políticos, da igreja, da polícia e das brigas entre traficantes. Gusman aparece na história como uma assistente social.

Já o francês “Tudo o Que Desejamos” (Toutes nos Envies, 2011), de Philippe Lioret, apresenta a mãe de dois filhos, Claire (Marie Gillain), de 32 anos. Ela é juíza e seu dia-a-dia muda quando ela descobre que, por causa de um câncer, tem poucos meses de vida. Sem compartilhar seu problema com a família, ela decide dedicar seus últimos dias a uma moça sem dinheiro. Para tanto, conta com a ajuda de um colega de trabalho (Vincent Lindon). Lindon já trabalhou com Lioret no ótimo “Bem-Vindo” (2009), no qual o altruísmo também era o assunto principal.

O cine São Luiz também oferece uma estreia. É o francês “My Way: O Mito Além da Música” (Cloclo, 2012), de Florent-Emilio Siri. O filme conta curiosa história (real) do ídolo da música francesa Claude François (interpretado por Jérémie Renier, de “Elefante Branco”), morto aos 39 anos de idade. Ele conseguiu combinar uma imagem complexa e multifacetada, oscilando entre o amante ciumento e possessivo, o patrão tirânico da própria empresa de discos, o filho inseguro e o artista com medo constante de perder a fama. Internacionalmente, ele ficou conhecido pela canção original “Comme d Habitude”, que se tornou o clássico “My Way” na voz de Frank Sinatra.

O cinema da rua da Aurora ainda disponibiliza “Argo”, o sucesso de Ben Affleck, que concorre a sete Oscars dia 24 de fevereiro; além do chileno “No”, de Pablo Larraín, com Gael Garcia Bernal, também na disputa pela estatueta de Hollywood na categoria “filme estrangeiro”.

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