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Reportagens

Filhos do Mestre: O Legado de Salú (filmagens)

A herança de Salustiano

Por Luiz Joaquim | 27.02.2013 (quarta-feira)

Cinco anos após a morte do Mestre Salustiano (1945-2008), começa a ganhar forma um novo produto audiovisual que vai resgatar não apenas sua importância como farol da cultura popular pernambucana mas, principalmente, seu legado familiar e sua figura como brincante que influenciou o trabalho de gente como o do multiartista Antônio Carlos Nóbrega e do músico Siba. Falamos do longa-metragem “Filhos do Mestre: O Legado de Salú” (nome provisório), dirigido por Tiago Leitão, da Opara Filmes, e produção de Tactiana Braga, da B52 Cultural.

A concepção do documentário surgiu do encontro entre os dois realizadores há mais de dois anos, quando foram apresentados por um amigo em comum. Enquanto Tactiana – que trabalhou na produção do longa “Espelho DÁgua: Uma Viagem no Rio São Francisco” (2005), de Marcus Vinícius César – procurava um novo parceiro para se dedicar de forma mais vertical em projetos que se identificassem com a cultural da região, Tiago trazia consigo a ideia de compreender como os herdeiros de artistas locais emblemáticas lidavam com o legado do pai.

“O Tiago é objetivo, simples, afoito. E gosto dessa nova geração que se arriscar na linguagem”, lembra a produtora citando o curta-metragem “Vou Estraçaiá” (2005), lançado por Tiago em 2006 no Cine-PE. “Filhos do Mestre”, diz Tiago, “só tem de semelhante com Estraçaiá [sobre o pugilista Todo Duro] o fato de ser um documentário. Ainda assim, no novo filme a câmera será muito discreta. Faremos o mínimo de intervenções, mas não descartaremos os depoimentos tradicionais direto para a lente”, adianta.

Para tanto, Tiago se cerca de técnicos competente como Beto Martins (de “Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos”) na direção de fotografia e Marcelo Lordello (de “Eles Voltam”) na montagem, entre outros. “O projeto original seria o de um curta-metragem, e depois o desenvolvemos para transformá-lo numa série para a TV, pela qual cada episódio focaria como se deu a transferência de saberes da obra de artistas como J. Borges, Abelardo da Hora, Mestre Vitalino e outros”, diz Tiago, que ainda não chegou a apresentar o projeto à família destes mestres.

A facilidade de Tactiana já conhecer a família de Salustiano – com seus 15 filhos de nove mulheres – colocou “O Legado de Salú” em primeiro plano e a equipe vem se dedicando à produção desde 2011. “Captamos imagens no carnaval de 2012 porque precisávamos estudar elementos próprios da época. Nesse doc. que lida com macaratu e outras brincadeiras, não dá para forjá-los. O encontro do Cavalo Marinho no Dia de Reis não tem a mesma propriedade fora dele”, explica Tactiana.

O projeto tem recursos locais e conta com Ancine, via anuência da Lei Rouanet para captar cerca de R$ 640 mil reais. A intenção é finalizar o filme em digital, no formato DCP, e lançá-lo no primeiro semestre de 2014.

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