A Busca
A paternidade que perdoa
Por Luiz Joaquim | 15.03.2013 (sexta-feira)
À princípio, é o nome do ator mais badalado do cinema brasileiro atual – o de Wagner Moura – que chama a atenção no cartaz de “A Busca” (Br.,2012), obra de estreia do diretor Luciano Moura, sob produção da O2 Filmes (de Fernando Meirelles) e a benção da Globo Filmes. Mesmo seguindo o perfil das produções dessa fliação, cujo processo serve objetivamente para ilustrar a transformação humana do protagonista e comover a platéia, “A Busca” se sai ileso dessa armadilha, muito em função da boa presença de Moura na tela.
Seu personagem é o médico Theo, separado da esposa Branca (Mariana Lima), também médica. Discutindo feio com Branca em plena véspera do aniversário de 15 anos de Pedro (Brás Moreau Antunes), filho do casal, descobre que o garoto fugiu. Com seu sumiço, Theo se joga numa jornada pelas rodovias do Sudeste e o filme o acompanha reunindo as migalhas de pistas deixadas pelo menino, que segue um destino incerto.
A busca virá um road-movie – gênero pelo qual no cinema, invariavelmente, deixa o personagem principal diferente de como era no início do filme. Exemplos recentes apenas no cine pernambucano são “Eles Voltam”, de Marcelo Lordello, e “Viajo por Que Preciso,Volto porque Te Amo”, de Marcelo Gomes e Karin Ainouz.
“A Busca” diferencia-se destes dois, entretanto, pela, como já dissemos, sua objetividade narrativa. No caminho de Theo, um velho solitário, uma jovem grávida e um acidente pontuam a trilha de aprendizado pela qual o médico irá vivenciar. Ao final, é com a própria origem, antes renegada pelo médico, que Theo irá se confrontar e reavaliar a vida. Uma lição em forma de filme bem produzido pela O2.
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