Bom dia, cinema
Uma história é uma mentira. O cinema, verdadeiro.
Por Luiz Joaquim | 25.03.2013 (segunda-feira)
Inspirado por Jacque Rancière, do qual em breve comento seu livro “A Fábula Cinematográfica“, transcrevo um texto escrito por Jean Epstein (foto acima) em 1921, aos 24 anos de idade, com o título de Bonjour, Cinéma sobre a arte nova e revolucionária que o cinema se transformava já naquele momento. Ele diz que a “ação dramática” num filme é um erro: “O drama que age já está meio resolvido e segue o caminho curativo da crise. A verdadeira tragédia está em suspenso. Ameaça todos os rostos. Está na cortina da janela e no fecho da porta. Cada gota de tinta pode fazê-lo florescer na ponta da caneta. Dissolve-se no copo d água. O quarto todo satura-se de drama em todos os estágios. O charuto fuma como uma ameaça na garganta do cinzeiro. Poeira de traição. Os braços da poltrona tremem. Agora, o sofrimento está em sobrefusão. Espera. Ainda não se vê nada, mas o cristal trágico que vai criar o bloco do drama caiu em algum lugar. Sua onda avança. Segundos. O telefone toca. Tudo está perdido. Então, realmente você não faz questão de saber se casam no final. Mas NÃO HÁ filme que acabe mal, e entra-se na felicidade na hora prevista pelo horário. O cinema é verdadeiro. Uma história é uma mentira”. O que mais dizer?
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CHINA
Pela ótica da economia, a China é o segundo maior mercado do mundo em bilheteria de cinema. Passou o Japão é segue atrás dos EUA. O Brasil vai na 11ª posição. Enquanto na América o crescimento do setor subiu em 6% com relação ao ano anterior, a proporção na China subiu em 36%, rendendo US$ 2,7 bilhões de faturamento. O interessante é o cuidado do governo com o avanço da cultura estrangeira por lá. Pequim decidiu que dois blokbuster iriam estrear simultaneamente; foi o caso de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” e “O Espetacular Homem-Aranha”. Uma outra estratégia é chamada de “blackout”, são períodos em que nenhum filme estrangeiro é permitido nas salas do país.
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TRIBECA 2013
O Festival de Cinema Tribeca (capitaneado por Robert DeNiro para produções independentes) anunciou semana passada o roteiro dos paineis de palestras deste ano. Inclui talentos como Clint Eastwood, Darren Aronofsky, Paul Verhoeven, Whoopi Goldberg and Richard Linklater. Todos estarão lá assim como um novo trabalho de Verhoeven (foto), “Tricked,” cujo roteiro teve fonte coletiva. Há ainda o polêmico documentário “How to Make Money Selling Drugs” (Como fazer dinheiro vendendo drogas), de Matthew Cooke.
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DEMÔNIO REVISTO
Fãs dos filmes de horror se tremem com as imagens divulgadas (acima) pela Sony Pictures para a nova versão de “A Morte do Demônio”. Refilmagem de um clássico de Sam Raimi (“Oz: Mágico e Poderoso”, “Homem-Aranha”) e que agora será dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez. O cineasta latino tinha apenas 4 anos quando o filme original estreou em 1981 e revelou o talento de um Raimi ainda estudante de cinema, aos 22 anos de idade. O novo filme estreia 19 de abril.
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