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Festivais

Mostra Iconoclassicos

Uma nova ótica sobre cinco gênios

Por Luiz Joaquim | 11.03.2013 (segunda-feira)

O poeta Paulo Leminski (1944-89), o músico Itamar Assumpção (1949-2003), o artista plástico Nelson Leirner (1932), o dramaturgo Zé Celso Martinez (1937) e o cineasta Rogério Sganzerla (1946-2004) são todos artistas brasileiro que foram reconhecidos e fizeram diferença no seu tempo – e suas produções permanecem fazendo o mesmo hoje. Ainda assim, o Itaú Cultural achou por bem produzir a série “Iconoclássicos” para saculejar as novas gerações apresentando novos olhares para as obras ou sobre a vida destes cinco irriquietos criadores.

O resultado do projeto “Iconoclássicos” – cinco filmes – começa a ser exibido hoje (um título por dia até sexta-feira), sempre às 19h na sala João Cardoso Ayres, na Fundação Joaquim Nabuco, Derby. Para a difícil tarefa da confeção dos filmes, a instituição convidou também “gente grande” no campo da expressão audiovisual como Cao Guimarães, Rogério Velloso, Tadeu Jungle, Carla Gallo e Joel Pizzini.

Com “Ex-isto”, que abre hoje a mostra, o mineiro Cao Guimarães montou a narrativa apoiado pela performance visceral do ator João Miguel, que aqui contracenando inclusive com transeuntes no Recife. O enredo se baseia no livro “Catatau” (1975) do poeta Leminski. O romance é umas das obras mais emblemáticas de Leminski na qual o autor se deixa levar por uma hipótese histórica: “E se René Descartes tivesse vindo ao Brasil com Maurício de Nassau?”.

Amanhã exibe “Daquele Instante em Diante” (110 min.), pelo qual o diretor Velloso se inspira em Itamar Assumpção. Para efetivar o trabalho, o realizador garimpou imagens raras em acervos e arquivos particulares. Durante dois anos mergulhou em um processo intenso de entrevistas e seleção de trechos em mais de 180 horas de gravações.

Na quarta-feira é a vez de “Assim É, Se Lhe Parece” (75min.) com Carla Gallo mostrando a falta de pretensão de Nelson Leirner para alcançar uma verdade, e sua aversão ao enaltecimento do “artista”. Nesse documentário em particular, o público se vê às voltas com a arte irreverente, crítica e provocativa de Leirner, traduzida na sua forma de pensar arte e de viver a vida.

Quinta-feira o teatro de Zé Celso é apresentado por Tadeu Jungle em “EVOÉ!: Retrato de um Antropófago” (104 min.). Por ele, vemos o fundador do Teatro Oficina em toda sua potência criativa. Jungle mistura de forma labiríntica depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do diretor, ator e dramaturgo. Personagem único, ele guia o documentário como narrador principal. Entre os arquivos utilizados no documentário estão programas jornalísticos, vídeos pessoais do artista e registros dos espetáculos e bastidores do Teatro Oficina, fundado em 1958.

Por fim, sexta-feira, o cinema é contemplado com “Mr. Sganzerla: Os Signos da Luz” (100 min.), feito por Pizzini. Para falar do maior símbolo do chamado “Cinema Marginal” nos anos 1960, Pizzini fez um filme-ensaio que recria o ideário por meio dos signos mais recorrentes de sua filmografia, como Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e Oswald de Andrade.

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