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Festivais

17º Cine-PE (2013) – Abertura

Grama verde, tela branca

Por Luiz Joaquim | 26.04.2013 (sexta-feira)

Será uma edição curiosa deste Cine-PE: Festival do Audiovisual, que inicia às 20h15 de hoje sua 17ª edição no Teatro Guararapes, Centro de Convenções (Cecon). Isto porque o tema que nomeia o evento não é o cinema, mas o futebol. Não que o assunto não de panos para as mangas (e esteja na mídia). A própria Mostra de Cinema de Ouro Preto, em sua 5ª edição (2010), promovou um evento em plena Copa do Mundo, na África do Sul, também focando a pelota.

Na ocasião, homenageou os então 51 anos do “Canal 100”. Este extinto cinejornal também será lembrado hoje à noite no Cecon. Para quem não sabe, o “Canal 100” surgiu no final dos anos 1950 (e foi até o início dos anos 2000) quando, antes da programação normal nos cinemas, era projetado um pequeno documentário resumindo a semana do futebol nacional. Era um cinema feito com extremado apuro técnico e dramaticidade como nunca mais se viu (e não se vê mais) no cinema brasileiro quando o assunto é futebol.

Na mostra mineira de 2010 foram projetados alguns clássicos do futebol brasileiro captados pelo cinejornal, além do longa-metragem “Brasil Bom de Bola”, no qual o Canal 100 registrou a campanha da Canarinha na Copa do México, em 1970; e o média-metragem “Garrincha, Alegria do Povo” (1962), de Joaquim Pedro de Andrade. Houve ainda um debate com os críticos Inácio Araújo, Luiz Zanin Oricchio, o cineasta Adirley Santos e Alexandre Niemeyer, filho de Carlos Niemeyer, o fundador do Canal 100.

No Cine-PE, além da homenagem de logo mais haverá um seminário temático (das 15h às 18h40 da terça-feira) dividido por dois assuntos: “As Relações Históricas entre o Cinema e O Futebol”, contando com a presença do cineasta José Roberto Torero, do curador do CineFoot (anual festival carioca voltado ao futebol), do psicologo Sylvio Ferreira e do escritor José Miguel Wisnik. No outra tema, “O esporte e seus eventos como produto midiático, seu papel econômico e relação com a indústria do entretenimento”, a mesa apresenta consultores, um gerente e um diretor de marketing. Este último do time de futebol paulista Santos. F. C.

E filme? Vinculados ao tema do ano, há amanhã (ás 16h) um pequeno programa com três curtas antigos: “Berlinball”, de Anna Azevedo; “Mauro Shampoo – Jogador, cabeleireiro e Homem”, filme de Henrique Fontenelle e Leonardo Cunha Lima; e “Um Artilheiro do Meu Coração”, de Diego Trajano, Luca Fitipaldi e Mellyna Reis. Na mostra da competição oficial, um dos destaques é o curta “Três no Tri”, documentário de Eduardo Souza Lima (carinhosamente chamado entre os amigos de Zé Jose, também crítico de cinema).

Em “Três no Tri” o assunto é a Copa do Mundo no México, em 1970. Pelé marca o gol da virada do Brasil contra a Thecoeslováquia. Orlando Abrunhosa registra o feito numa fotografia que se tornaria o símbolo maior da conquista da copa do México e seria reproduzida indefinidamente mundo a fora. Zé José fala o que está além da foto.

Uma curiosidade: a ausência na escalação cinematográfica deste Cine-PE do longa-metragem de ficção feito em Caruaru, “Ferrolho”, de Taciano Valério. Carregado de vigor, humor, crítica social, a produção conta a história de um bandido que aterroriza a sociedade caruarense ao mesmo tempo em que divide seus dias com sua maior paixão, seu time no Agreste, o Central Sport Clube. “Ferrolho” foi visto apenas na Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), há três meses. Que desfalque, Cine-PE.

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