Antes da viagem proposta por Adelina Pontual no seu “Rio Doce/CDU”, o Cine-PE liga o projetor para a mostra competitiva de curtas. Hoje exibem dois trabalhos cariocas e dois paulistas. O programa abre às 20h com o bom “A Guerra dos Gibis”, de Thiago Brandimarte Mendonça e Rafael Terpins. Premiado no 45º Festival de Brasília (2012) como melhor documentário, direção de arte e trilha sonora, a produção resgata um tesouro na história dos quadrinhos no Brasil.

No caso, o filme revisita um período, na ditadura, em que os militares encrenquavam com algumas publicações, muitas com teor erótico. Eram trabalhos de fino trato, principalmente em São Paulo e Curitiba nos anos 1960, cujos personagens Satã, Chico de Ogum, Beto Sonhador e em especial Maria Erótica tornaram-se históricos. No filme, os diretores brincam animando essas figuras na luta contra seus algozes e, ao mesmo tempo, sabemos um pouco mais de seus criadores.

Depois o assunto vira futebol com fotojornalismo, pelo documentário “Três no Tri”, de Eduardo Souza Lima. O assunto é a foto histórica que registrou Pelé dando seu clássico soco no ar após um gol contra a Thecoeslováquia na Copa do Mundo de 1970. Seu autor, Orlando Abrunhosa, conta curiosidades dos bastidores. Já na ficção paulista “O Fim do Filme”, de André Dib (não confundir com o jornalista curitibano radicado no Recife), temos o funcionário de uma videolocadora que sempre acaba revelando o final dos filmes aos clientes. Quando conhece uma cliente que aluga sempre o mesmo filme, os dois passam a conversar madrugada adentro sobre seu possível significado real.

Após o intervalo, o segundo bloco de projeção tem o doc. carioca “À Luz do Dia”, de Joana Lin, exibindo antes de “Rio Doce/CDU”. No filme, Lin sugere uma investigação à memória de uma casa antiga e desocupada. A sinopse adianta que “uma câmera caça vestígios das pessoas que ali viveram. Imagens de família contrastam a vivacidade e o abandono”.