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Festivais

17º Cine-PE (2013) – dia 5 (curtas)

Noite em que a luz vai iluminar João Sagatio

Por Luiz Joaquim | 30.04.2013 (terça-feira)

Se o domingo foi para lembrar a memória de Amácio Mazzaropi, hoje o bloco de curtas-metragens deste 17º Cine-PE: Festival do Audiovisual reserva um filme para lembrar a memória, em vida, de um técnico que teve (tem) um papel fundamental no sucesso do cinema pernambucano. Seu nome é João Carlos Sagatio, sua função, iluminador, eletricista. E o filme dirigido por Amaro Filho empresta uma dignidade que as estrelas dos bastidores do cinema pouco alcançam.

Em “Sagatio: Histórias de Cinema” (às 20h45, antes do longa-metragem “Bonitinha, Mas Ordinária”), Amaro procura não apenas mostrar a importância da chegada de Sagatio ao Recife, há 20 anos, como também reconstruir a história prévia, de formação do profissional. Antes de aportar por aqui. Sagatio já carregava mais de 40 anos de experiência, que incluía seu aprendizado na Vera Cruz (estúdio em São Bernardo que produzia filmes com grau de excelência técnica mundial, na primeira metade dos anos 1950), e seus desdobramentos em São Paulo ao lado de Mazzaropi (para quem iluminou “Jeca Tatu”, 1959, e “Zé do Periquito”, 1960).

Antes, ele foi o eletricista por trás de “Na Garganta do Diabo”, um dos primeiros filmes de Walter Hugo Khouri. “Foi minha primeira experiência como profissional mesmo”, pontua Sagatio. Para repetir esse itinerário de vida, Amaro a seu cinebiografado passaram por Taubaté, SP (no museu de Mazzaropi) e São Bernardo, SP (nos estúdios da Vera Cruz), Salvador, BA (nas escadarias da Igreja de Santa Bárbara, set de “O Pagador de Promessas”, 1962. “Quando encontramos o (produtor) Anibal Massaíne Neto, em São Paulo, ele me deu um abraço e disse: Poxa Sagatio, você sabe que é um dos poucos vivos de O Pagador… não é?”, recorda.

Há de se registrar também sua atuação em co-produções estrangeiras, tendo trabalhado com franceses, ingleses, argentinos, chilenos, japoneses e norte-americanos. Com estes últimos, conheceu Pernambuco pela primeira vez em 1965, quando veio com o diretor Charles Guggenheim rodar a co-produção EUA/Brasil, “O Pescador e Sua Alma”, na praia em Gaibú. Antes de “Sagatio”, passam dois curtas a partir das 20h. O primeiro, “Desvelo”, vem da Bahia pelas mãos de Clarissa Rebouças. O segundo é de São Paulo, “Aluga-se”, dirigido por Marcelo Lordy.

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