17º Cine-PE (2013) – noite 1
Filminhos do Canal 100 brilharam
Por Luiz Joaquim | 27.04.2013 (sábado)
E o futebol foi mesmo a grande estrela na abertura do 17 Cine-PE: Festival do Audiovisual na noite de ontem no Cineteatro Guararapes, Centro de Convenções. Anunciado como um dos homenageados do evento, o extinto cinejornal Canal 100 – que produzia notícias sobre futebol e exibia no início das sessões dos cinemas até os anos 1980 – contou com a presença de Alexandre Niemeyer, filho do fundador da produtora, Carlos Niemeyer.
Alexandre selecionou trechos de filmes em que craques como Pelé, Rivelino, Zico, entre outros, aparecem defendendo seus clubes nos anos 1960 e 1970. As qualidades das imagens do Canal 100, como a memória guardava, aparecem encantando a plateia do Cine-PE pela combinação de elegantes sequências cinematográficas combinadas com o melhor futebol que tivemos.
Mas o auditório do cineteatro ganhou aspecto de arquibancada de estádio de futebol quando a projeção mostrou jogos clássicos de times pernambucanos. Partidas entre o Náutico e Palmeiras em 1967, Santa Cruz e Santos em 1969, e Sport contra o Flamengo em 1975. A vitória deste último time pernambucano arrancou urros no cinema, em particular dos torcedores rubro-negros.
Foi também com uma alegoria do fubebol que o evento abriu mais cedo, com a apresentadora Graça Araújo chamando ao palco a “seleção brasileira” do Cine-PE. Rapazes com a camisa da canarinho, com nome de atores do cinema nacional estampado nas costas, como Zé Pequeno, Lampião, Lula e Chicó. Enquanto eles brincavam no palco, fazendo embaixada, um momento fora do roteiro provocou risos. O “Capitão Nascimento” pisou na bola e caiu no chão.
FILMES – A mais esperada estrela da noite, José Wilker, subiu ao palco acompanhado dos atores Milton Gonçalves, Othon Bastos e André Mattos – colegas no longa que dirigiu e exibiu ontem, a comédia “Giovanni Improtta”. Ainda ao seu lado, Caca Diegues responsável pela produção da obra.
Wilker foi sucinto no discurso. “Eu comecei minha carreira de ator aqui no Recife. Muito do que aprendi no início da carreira nasceu aqui. Me apresentei pela primeira vez aos 13 anos de idade nessa cidade. Voltar aqui nesse momento, com meu primeiro filme, é muito significativo. Quase como uma prestação de contas do que o Recife me ensinou”, declarou no palco.
A noite também reservou um protesto político. O primeiro curta-metragem exibido, “12:40” do alagoano Dário Jr. foi precedido pela apresentação da equipe que sustentava uma faixa estampando: “Alagoas: Quebra o balcão”. Os realizadores queixavam-se de que seu Estado é o único do Nordeste onde o governo não oferece nenhum tipo de edital para a cultura. Prometeram ainda fazer o primeiro longa-metragem daquela região, tendo sido o último realizado em 1971.
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