17o. Cine-PE (2013) – noite 5
Nelson Rodrigues é sucesso no Cine-PE
Por Luiz Joaquim | 02.04.2013 (terça-feira)
O auditório do Centro de Convenções estava disputado na noite de terça-feira para ver a primeira exibição no Brasil de “Bonitinha, Mas Ordinária”. A nova versão cinematográfica dada por Moacyr Góes para o clássico de Nelson Rodrigues ganhou uma adaptação ajustada para os dias de hoje.
Já se vão 51 anos desde o lançamento da peça de Rodrigues, quando provocou a sensibilidade da sociedade ao apresentar Maria Cecília, menina casta que tem a virgindade maculada por um estupro coletivo. Uma tragédia que o pai milionário tenta dissimular “comprando” um marido para a filha. No caso um ex-office boy de sua empresa, Edgar.
A peça teve uma primeira adaptação para o cinema em 1963 por Billy Davis (com Lia Rossi no papel de Maria Alice), e outra em 1981. Esta mais famosa, dirigida por Braz Chediak e com Lucélia Santos como a menina violentada, levou 1,9 milhões de espectadores aos cinemas.
Rodado há cinco anos, só agora a terceira versão vem à público e revela uma perspectiva bem pessoal de Góes sobre o universo rodriguiano. Se por um lado temos as idiossincrasias dos personagens do autor bem marcadas em alguns momentos, temos também um tendência melodramática, com uma trilha sonora excessiva, chamando mais atenção que o drama de Edgar e Maria Alice. Ela vivida pela ótima estreante Letícia Colin – à época das filmagens com 18 anos.
Ainda no elenco, afiado, estão João Miguel (no papel que foi de José Wilker em 1981), Leandra Leal (como a paixão de Edgar, Ritinha, vivida por Vera Fischer na versão anterior), e Gracindo Jr. (como o pai de Maria Alice). Destaques para a presença marcante de Ângela Leal e a aparição do pernambucano André Valle, o eterno Visconde de Sabugosa na telesérie dos anos 1970, Sitio do Pica-Pau Amarelo, falecido em junho de 2008.
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