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Clássicos

A Morte do Demônio (2013)

Susto e sangue na hora certa

Por Luiz Joaquim | 19.04.2013 (sexta-feira)

Fãs de filmes de horror nos anos 1980 lembram com carinho dos clássicos que nasceram naquela década e que de tão cultuados ganharam diversas sequências. “Sexta-feira” (Friday The 13th, 1980), de Sean S. Cunningham, talvez seja a primeira referência aqui com suas sete continuações. Mas certamente “A Morte do Demônio” (Evil Dead) feito em 1981 pelo garoto Sam Raimi aos 22 anos e protagonizado pelo amigo Bruce Campbell, aos 23, tinham um gosto especial, particularmente pelas características cinéfilas de seus realizadores, que já brincavam na infância de fazer filme de horror em Super-8.

32 anos após o fenômeno “A Morte do Demônio”, chega hoje ao Brasil sua esperada refilmagem com Raimi e Campbell apenas na produção para um diretor iniciando num longa-metragem: o uruguaio Fede Alvarez, cujo curta-metragem “Ataque de Pânico!” (2009) chamou a atenção do mundo.

Sua estreia num longa também não vai passar despercebida. Adequada para os dias de hoje a nova versão (escrita por Alvarez, Raimi, Rodo Sayagues e Diablo Cody) perdeu um pouco da liberdade irresponsável do original. Nos anos 2010, os cinco jovens que vão a cabana caindo aos pedaços no meio de um floresta seguem para lá não para se divertir, mas para ajudar Mia (Jane Levy) no vício contra as drogas.

Ela é irmã de David (Shiloh Fernandez), que estava longe da família quando a mãe faleceu num hospício. David chega com a nova namorada Natalie (Elizabeth Blackmore) e lá encontra, além de Mia, o amigo Eric (Lou Taylor Pucci) e sua namorada, a enfermeira Olivia (Jessica Lucas).

Ao descobrirem no porão da casa um livro maldito que libera o mal, Mia é possuída pelo demônio e a dá-se início a uma sequência de tragédias com carne humana maltratada por machados, pregos, facão, tesoura e serra elétrica. Tudo regado a muito, muito sangue com membros decepados e o cão danado tentando no porão.

O mérito desta refilmagem está, primeiro, em manter o espírito cinéfilo do original, com sequências que incomodam o espectador tanto pela violência gráfica quanto pela audácia cinematográfica (como a sequência da câmera como uma perspectiva do demônio percorrendo a floresta, e que tanto chamou a atenção em 1981).

No caso da violência gráfica elas ganharam uma sofisticação que só os efeitos da tecnologia atual permitem. Interessante é que, se há 32 anos Raimi dependia essencialmente da maquiagem para promover asco no seu público, hoje Alvarez também não abre mão desse dispositivo. O que torna o filme mais atraente, por soar menos falso. Não tão dependente de efeitos digitais gritantes.

Intriga, entretanto, a reviravolta no final, dando a ideia de que questões como o gênero sexual é realmente uma marca nos dias de hoje na cultura de massa. O novo final, apesar de soar quase como uma traição aos fãs, vale pelo êxtase do vencedor. Em tempo: atenção ao carro velho no início do filme (o mesmo do primeiro filme) e aos créditos no final, com o off de um tape do filme de 1981; e ainda a uma aparição de Campbell dando um recado aos fãs.

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