Droga poderosa
Câmera clara 370
Por Luiz Joaquim | 29.04.2013 (segunda-feira)
Quando, por alguma circunstância, esquecemos que o cinema é uma droga poderosa, vem uma situação e nos saculeja. No caso, semana passada entrevistando a equipe de “Somos Tão Jovens” em São Paulo, todos eram unânimes em dizer que o mais energético do grupo no set de filmagem era o veterano diretor Antônio Carlos Fontoura, com seus 73 anos, e um histórico que inclui “Copacabana Me Engana” (1968) e “Rainha Diaba” (1974). Por ocasião da leitura de “Lanterna Mágica”, autobiografia de Ingmar Bergman relançada mês passado no Brasil, as palavras do mestre sueco nos ajudam a traduzir a razão da fé inabalável nessa arte: “Nenhuma outra arte passa tão perto de nossa consciência diurna, indo direto até nossos sentimentos, indo até às profundezas do espaço obscuro da alma. Uma ninharia atinge nosso nervo óptico, provocando um efeito de choque: 24 pequenos quadros iluminados por segundo, entre eles, o escuro, que o nervo óptico não registra. Quando eu, junto à mesa de montagem, vejo o filme quadro a quadro, reconheço ainda o sentimento de vertigem e a magia da infância”.
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O som no distrito
Quinta-feira passada (25) o cineasta Kleber Mendonça Filho foi a Brasília representar seu filme “O Som ao Redor”. A obra foi projetada na hora do almoço, no Palácio do Planalto, para Gilberto Carvalho, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Se ele gostar, provavelmente comenta com a Presidenta Dilma Rousseff.
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Amoeda
Nem só de Cine-PE vive a agitação cinematográfica local. O Cineclube Amoeda Digital exibe, às 20h de amanhã no Bar Novo Pina (Recife Antigo), o documentário finlandês “Vapor da Vida” (2010), dirigido por Joonas Berghäll e Mika Hotakainen. Exibido no festival “É Tudo Verdade” 2011, o longa foi selecionado pela realizadora Tuca Siqueira (foto). Ela é a convidada para o debate após a sessão. Não havia melhor escolha para falar desta obra que põe em foco a sensibilidade masculina. Tuca, ela própria, já reviu o tema com seu ótimo curta “Homine: Costurando Identidades Urbanas” (2003). A entrada é franca.
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46º Fest. Brasília
É entre 17 e 24 de setembro que acontece a 46ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Às 10h do próximo dia 7 (terça-feira), o Secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira e o coordenador geral do Festival, Sérgio Fidalgo, anunciam a abertura das inscrições. Entre as novidades, os prêmios aumentam para um montante de R$ 700 mil, haverá quatro seminários e oficinas gratuitas e o circuito de descentralização de exibição ganha mais uma cidade. As inscrições para as mostras competitivas ficam abertas até 21 de junho, com o regulmento no site (www.festbrasilia.com.br).
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