Se Beber, Não Case 3 (2013)
E o Bando dos Lobos cresceu
Por Mylenna Valenca | 31.05.2013 (sexta-feira)
RIO DE JANEIRO (RJ) – Enquanto o original “Se beber não, case! (2009)” foi uma deliciosa surpresa dentro de uma narrativa que prendia o expectador à excitante dúvida sobre o que diabos havia acontecido aos personagens na noite anterior, o segundo filme da franquia veio como uma réplica do seu anterior, com poucas cenas geniais que mereçam ser lembradas até hoje com uma boa risada (um rosto tatuado seria um boa exceção?). Se beber, não case! – Parte 3 (The Hangover3, EUA, 2013), por sua vez, que estreia hoje nos cinemas brasileiros, já atiça a curiosidade dos fãs da série, que se tornou a comédia adulta com a maior bilheteria de todos os tempos. Afinal, quem vai casar desta vez? Em qual parte do mundo os caras irão atear fogo?
Enquanto se pensa sobre as peripécias de Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms), Alan (Zach Galifianakis) e Doug (Justin Bartha – no papel mais ingrato, aparecendo apenas ocasionalmente), uma informação merece ser antecipada: o Wolfpack (ou Bando dos Lobos) foi domesticado. Suas travessuras nem se comparam ao que se viu anteriormente – então, melhor frear as expectativas.
No filme que marca a despedida da trilogia, os politicamente corretos e defensores dos animais continuam sendo provocados. Desta vez, uma girafa – aquisição de Alan no alto de sua insanidade mental – veio a substituir o tigre e o macaco das edições anteriores. Dirigindo bêbado numa rodovia e rebocando o animal, Alan transforma o passeio com seu novo “pet” um caos digno de mortes e capas de jornais. Mas a pior morte de todas – a do seu pai – deixa, obviamente, todos transtornados a ponto de decidirem pôr um fim a tanta loucura. Há seis meses sem tomar seus remédios, o mais insano da turma precisa de ajuda – é aí que os amigos tentam tentar curá-lo em…. mais uma viagem.
O problema é que os planos simplesmente caem por terra com a reaparição do Mr. Chow (Ken Jeong), o qual protagoniza várias das melhores cenas. Depois de fugir da prisão em Bangkok, o gângster chinês se reinventa em sua capacidade incalculável de pôr todos numa fria. Inevitavelmente (e a contragosto), todos são levados (depois de uma breve e passagem por Tijuana) de volta para Vegas, onde recomeça a maratona de perseguições e sequestros. Mas nada é tão inédito assim.
Em Se beber, não case! – Parte 3, alguns personagens do filme original voltam a aparecer: a stripper Jade (Heather Graham), que teve um final generoso, e o seu bebê Carlos. O elenco também ganha um novo vilão: John Goodman, o traficante Marshall, que ameaça a vida do bando. A surpresa fica para o papel de Melissa McCarthy (da série de TV “Mike & Molly” e do longa “Missão: Madrinha de Casamento”). Interpretando Cassie, veio a salvar todos da perdição.
Ao longo da história, as piadas são muito boas, porém, meio escassas, nos fazendo esquecer, em alguns momentos, que fomos ao cinema assistir a uma comédia. Durante as situações de apuros, o senso de camaradagem substituiu a ressaca e seus surpreendentes benefícios cômicos.
Já que era mesmo necessário ao diretor Todd Phillips buscar um ponto final para a saga, faz algum sentido que isso culminasse com o amadurecimento do Wolfpack, que no grande final busca muito mais resolver que criar problemas. Mas não são os bons garotos que fazem as melhores piadas, certo?
– Mylenna Valença viajou a convite da distribuidora do filme.
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