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Críticas

Doméstica

Um retrato como você nunca viu

Por Luiz Joaquim | 19.07.2013 (sexta-feira)

A partir de hoje, finalmente, o circuito exibidor de cinema no Recife inclui um dos melhores filmes brasileiros de 2013: o documentário “Doméstica”, do pernambucano Gabriel Mascaro. O filme está em cartaz no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e no Cinemark. Mas… por que “um dos melhores”?

Muito antes das questões trabalhistas referentes às empregadas domésticas tomarem a mídia nacional nos últimos meses, Mascaro dedicava-se a uma outra esfera de pesquisa sobre o ambiente destas profissionais.

O cineasta jogava um olhar profundo que não apenas perpassava por aspectos próprios da labuta diária delas, mas também por aspectos humanos e sociais. Estes impossíveis de desassociar da vida daqueles para quem elas trabalham.

Para chegar nesse resultado, o diretor ofereceu equipamento audiovisual a adolescentes junto com coordenadas básicas de filmagem para que fizessem toda sorte de registro de suas domésticas por uma semana. Montado o quebra-cabeça com sete grupos de personagens, temos um filme denso, com uma problematização sócio-cultural brasileira que remete a Gilberto Freyre.

Se “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, foi o mais celebrado filme nacional em 2012, este mesmo público que o celebrou deveria prestar, sob a luz da razão, a mesma atenção a delicadeza impactante de “Doméstica”.

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