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Festivais

41º Gramado (2013) – dia 1

Gramado: glamour, mas com bons filmes

Por Luiz Joaquim | 08.08.2013 (quinta-feira)

Passada a 40ª edição em 2012, que marcou uma virada de rumo na organização do tradicional Festival de Cinema de Gramado, na Serra Gaúcha, temos a partir de amanhã um novo passo do evento, que dá partida a mais uma competição cinematográfica.

Ao todo, 44 filmes, em sua maioria inéditos, serão exibidos até 16 de agosto divididos em quatro categorias: longas-metragens nacionais, longas estrangeiros, curtas-metragens nacionais e curtas gaúchos.

Hoje, a produção do evento joga menos luz no glamour, que marcou o Festival por longos anos, e mais foco na qualidade fílmica das obras selecionadas. A curadoria formada pelo ator José Wilker e os críticos Marcos Santuário e Rubens Ewald Filho conseguiram reunir títulos nacionais mais interessantes que os da competição latina. Repetindo a façanha do ano anterior.

As inscrições em 2013 superaram 48% das do ano passado. “Os filmes tiveram um crescimento impressionante de qualidade. Foi difícil descartar nomes da lista. Mas o resultado tem um pouco de tudo e podemos esperar um Festival mais rico em propostas de filmes”, já comentou Ewald Filho.

Um dos títulos incluídos é o esperado “Tatuagem”, primeiro longa que o experimentado roteirista pernambucano Hilton Lacerda dirige sozinho. Na ficção, inspirado na vida real, o cineasta recria o ambiente de 1978 do Recife, quando um teatro anarquista reunia intelectuais pela suas peças de deboche durante a ditadura militar. O elenco é encabeçado por Irandhir Santos.

Hilton compete com seis filmes de ficção é um documentário. Este último dirigido por Betse de Paula, mesma diretora de “Vendo ou Alugo” (ler crítica nesta edição de Programa). O novo filme é “Revelando Sebastião Salgado”, sobre o famoso fotógrafo brasileiro.

Entre as obras de ficção, fortes candidatos são: “Éden” (RJ) de Bruno Sáfadi, com os atores Leandra Leal e João Miguel, sobre uma mulher grávida que perde seu marido assassinado; “Os Amigos” (SP), de Lina Chamie, com Marco Rica e Alice Braga, acompanhando a visita de um arquiteto a um funeral de um amigo.

Merecem destaque também a animação gaúcha “Até Que a Sbórnia nos Separe”, de Otto Guerra e Ennio Torresan Jr.; além de “O Primeiro Dia de Um Ano Qualquer” (RJ), filme do veterano Domingos Oliveira, Já visto e comentado por esta Folha de Pernambuco em outubro de 2012.

Há ainda a “A Bruta Flor do Querer”, estreia dos paulista Andradina Azevedo e Dida Andrade dirigindo um longa; e o baiano “A Coleção do Invisível”, de Bernard Attal, no qual aparece Walmor Chagas, falecido .

Julgando oficialmente estes longas para o festival está o pernambucano Kleber Mendonça Filho, que em 2012 competiu ali com seu “O Som ao Redor”. Ao seu lado estarão Affonso Beato, Amir Labaki, Beto Rodrigues e Joanna Fomm.

Painel estrangeiro
Mesmo com a uma boa seleção de longas-metragens brasileiros, a seleção de títulos ibero-americanos nesta 41ª edição do Festival de Cinema de Gramado não será ofuscada. Em função do nome que está a frente do projeto “Repare Bem”, este título que vem de Portugal destaca-se na relação entre os seis filmes que disputam o troféu Kikito.

Sua diretora é a atriz Maria de Medeiros, e ela conta aqui a história do jovem guerrilheiro Eduardo Leite “Bacuri”. Ele foi morto em 1970 nas mãos da ditadura militar brasileira. Sua companheira Denise Crispim, à época grávida, conseguiu fugir do país, depois do nascimento de Eduarda. Hoje, quarenta anos depois vividos entre Itália e a Holanda, o casal volta ao Brasil para reencontrar o passado.

Com a fama pela sua boa produção, a Argentina apresenta (em co-produção com o Brasil), “A Oeste do Fim do Mundo”, de Paulo Nascimento, e todos também estarão atentos ao filme. Fala de um homem introspectivo que trabalha num posto de combustível no meio de um deserto próximo a Cordilheiras dos Andes. No elenco o ator Cesar Troncoso, de “Faroeste Caboclo”.

Ainda na competição o colombiano “Cazando Luciérnagas”, de Roberto Flores Prieto; o documentário uruguaio “El Padre de Gardel”, de Ricardo Casas; e os argentinos “Puerta de Hierro: El Exilio de Perón”, de Dieguillo Fernández e Víctor Laplace; e “Venimos de Muy Lejos”, de Ricardo Piterbarg.

FILMES EM COMPETIÇÃO
Longas-metragens brasileiros:

A Bruta Flor do Querer (SP), de Andradina Azevedo e Dida Andrade
A Coleção Invisível (BA), de Bernard Attal
Até Que a Sbórnia nos Separe (RS), de Otto Guerra e Ennio Torresan Jr.
Éden (RJ), de Bruno Safadi
Os Amigos (SP), de Lina Chamie
Primeiro Dia de Um Ano Qualquer (RJ), de Domingos Oliveira
Revelando Sebastião Salgado (RJ), de Betse de Paula
Tatuagem (PE), de Hilton Lacerda

Longas latino-americanos:
A Oeste do Fim do Mundo (Argentina/Brasil), de Paulo Nascimento
Cazando Luciérnagas (Colômbia), de Roberto Flores Prieto
El Padre de Gardel (Uruguai), de Ricardo Casas
Puerta de Hierro – El Exilio de Perón (Argentina), de Dieguillo Fernández e Víctor Laplace
Repare Bem (Portugal), de Maria de Medeiros
Venimos de Muy Lejos (Argentina), de Ricardo Piterbarg

Curtas-metragens brasileiros:
A Navalha do Avô (SP), de Pedro Jorge
A Voz do Poço (SP), de Patrícia Black
Acalanto (MA), de Arturo Saboia
Arapuca (SP), de Hélio Villela Nunes
Arremate (BA), de Rodrigo Luna
Carregadores de Monte Serrat (SP), de Cassio Santos e Julio Lucena
Colostro (SP), de Cainan Baladez e Fernanda Chicolet
Faroeste: um Autêntico Wester (GO), de Wesley Rodrigues
Merda! (MG), de Gilberto Scarpa
O Matador de Bagé (RS), de Felipe Iesbick
Os Filmes Estão Vivos (RS), de Fabiano de Souza e Milton do Prado
Os Irmãos Mai (SP), de Thais Fujinaga
Pouco Mais de Um Mês (MG), de André de Novais Oliveira
Sanã (MG), de Marcos Pimentel
Simulacrum Praecipiti (SP), de Humberto Bassanelli

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