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Críticas

Branca de Neve (2013)

Bela revisão de um conto de fadas

Por Luiz Joaquim | 09.08.2013 (sexta-feira)

É bom saber que ainda existem filmes como este “Branca de Neve” (Blancanieves, Esp., 2012), de Pablo Berger, que estreia hoje no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Criado a partir do homônimo conto de fadas dos Irmãos Grimm, o filme não apenas adequa a história para a realidade da Espanha do início do século 20, como apresenta ao espectador como se fosse um filme realizado naquela época.

Isso significa ser um filme silencioso, com os raros diálogos aparecendo em cartelas, e imagens sempre acompanhadas por uma trilha sonora que empresta dramaticiade às situações. Detalhe é que aqui as melodias compostas por Alfonso de Vilallonga são absolutamente envolventes. Primorosas mesmo. Assim como as imanges em P&B que vemos por uma janela próprio de 100 anos atrás, com proporção 1,33:1.

A grande sacada de Berger em contar uma história vinculando-se ao estilo de uma época, não é nova. Seu filme anterior, feito há dez anos, era o também ótimo “Da Cama Para a Fama”. Uma comédia que homenageava Ingmar Bergman vinculando a história a filmes pornô em Super-8.

Em “Branca de Neve”, a protagonista é a linda menina Carmencita (Sofía Oria), órfã de mãe e afastado pela madrasta má (Maribel Verdú) de seu pai (Daniel Giménez Cacho), o mais famoso toureiro de Sevilha. Uma vez adulta (na pele da radiante Macarena García), Branca de Neve é acolhida por seis anões (sim, aqui seis) de circo com os quais ela vai descobrir-se uma grande toureira assim como o pai.

Nesse mais que belo exercício estilístico, não há monstros ou efeitos digitais. Há apenas uma montagem azeitada a serviço de uma boa e inteligente situação dramática sobre as dores humanas. Elas são vividas aqui por excelentes atores banhados por uma estupenda fotografia, e embalados por uma melodia igualmente inspirada ao fundo. Não há nada mais a desejar para um filme além disso.

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