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Festivais

Cinema de Montagem (Recife – 2013)

A construções do filme

Por Luiz Joaquim | 06.08.2013 (terça-feira)

Quando indagados para dar uma dica a jovens e pretensos cineastas, os tarimbados diretores de cinema usualmente soltam o mesmo conselho: “Vejam muitos filmes”. Para casos como este, de aprendizado, ainda melhor que ver diversos filmes é vê-los contextualizados. Se vierem acompanhados por debates então, a coisa torna-se imperdível; assim como será esta mostra “Cinema de Montagem”, que abre hoje e segue até o dia 17 de agosto na Caixa Cultural Recife (av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife).

Ao todo, a programação agrega 22 (ótimos) filmes (15 longas e sete curtas) reunidos para proporcionar duas linhas diferentes de pensamento. “Uma vinculada a um país e outra mais abrangente, com filmes independentes do ano, proveniência, gênero ou duração”, diz o catálogo da mostra, cuja curadoria é assinada por Eva Randolph, Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes.

Á propósito, o catálogo traz textos em que nove montadores escrevem sobre a sua experiência e/ou perspectiva que possuem sobre a montagem e o cinema. Entre alguns craques assinando estão Daniel Rezende, Eduardo Escorel, Giba Assis Brasil, Idê Lacreta, Karen Harley.

Conforme Randolph, “A mostra pretende aprofundar e evidenciar o trabalho de criação na ilha de montagem, seja o realizado de forma solitária (apenas o diretor) ou em colaboração estreita (diretor – montador)”. Compondo o painel, estão títulos que irão nortear essa discussão. Aqui aparecem obras fundamentais como os brasileiros “A Idade da Terra” (1980), de Glauber Rocha; “O Signo do Caos” (2005), de Rogério Sganzerla; e o eternamente desafiador “Limite” (1931), de Mário Peixoto, que abre a noite de hoje (6) às 18h30.

E desmontando o pré-conceito do leitor de que este “Cinema de Montagem” possa vir a ser um desfile de filmes incompreensíveis, aparecem também produções não apenas acessíveis como envolventes e excitantes. Exemplo são as iniciais obras de Steven Spielberg e Francis Ford Copolla, “O Encurralado” e “A Conversação” respectivamente. No campo do documentário, um dos destaques é o revolucionário “Grey Gardens” (1975), dos irmãos Maysles. Um impactante registro da decadência da América pela realidade de duas ex-socialites, mãe e filha, Edith e Edie Beale.

Sobre a diversidade de filmes, o catálogo também explica: “Numa mostra deste porte, onde a esfera de possibilidades parece infinita, foram delineados critérios demarcados, tendo em vista a composição de um painel de obras que tenha a montagem – seu trabalho e conceito – visível, de forma transformadora e recriadora”. A produção é da “3 Moinhos” em parceria com a Associação dos Montadores do Rio de Janeiro.

>Programação

06.08 terça-feira
18:30h | Limite (livre)

07.08 quarta-feira
15:30h | A idade da Terra (18 anos)
18:30h | Mesa de debate edt.

08.08 quinta-feira
16h | Grey Gardens (livre)
18:30h | Palestra com Karen Harley

09.08 sexta-feira
16h | A conversação (14 anos)
18:30h | Elegia a Alexandre (10 anos)

10.08 sábado
16h | Videogramas de uma revolução (12 anos)
18:30h | O cremador (16 anos)

13.08 terça-feira
15:30h | História(s) do cinema (16 anos)

14.08 quarta-feira
16h | O signo do caos (livre)
18:30h | Filme é. uma garota e uma arma (12 anos)

15.08 quinta-feira
16h | Encurralado (12 anos)
18:30h | O gigante (16 anos)

16.08 sexta-feira
16h | Outubro (18 anos)
18:30h | 71 fragmentos de uma cronologia
do acaso (10 anos)

17.08 sábado
16h | Sessão de curtas: O filme dela;
Alone.Life wastes Andy Hardy;
O dedo; Isto não é um título; Cristal;
O beijo; …A Valparaíso (16 anos)
18:30h | Eu te amo, eu te amo (16 anos)

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