X

0 Comentários

Críticas

Se Puder… Dirija!

Uma comédia inocente. E isso é novo no atual cinema nacional

Por Luiz Joaquim | 30.08.2013 (sexta-feira)

É muito curioso este “Se Puder… Dirija!” (Bra., 2013), de Paulo Fontenelle. Talvez caiba, antes, um esclarecimento sobre o título que pega carona no sucesso gringo “Se Beber, Não Case”. Não se engane o leitor que queira vincular os dois filmes. O produto nacional não vai pelo caminho do mistério que cerca um grupo de amigos após uma bebedeira, como o faz o americano.

No caso de “Se Puder… Dirija!”, o protagonista é o desleixado pai desquitado João (Luis Fernando Guimarães, num papel melhor para um ator mais jovem), que trabalha como manobrista de estacionamento. Esforçando para reconquistar o filho Quinho (Gabriel Palhares), ele promete a ex-mulher (Lavínia Vlasak) que passará um dia inteiro com o garoto.

Mas João esqueceu que havia trocado com um colega a data da folga no emprego. Tendo que dividir-se entre passar o dia com o filho e estar no trabalho, “Se Puder…” alterna as confusões no trânsito vividas por João – num carro “emprestado” do estacionamento – com a bagunça que seu colega Ednelson (Leando Hassum) promove no local de trabalho.

Guiado de forma muito livre e limitada do ponto de vista cinematográfico, o filme até consegue fluir. Mas o “curioso” que abre esse texto diz respeito ao lugar dessa comédia na atual produção nacional. Há aqui uma ingenuidade que em certos momentos constrange pela fragilidade da dramaturgia, mas ao mesmo tempo agrada, de um modo geral, por mostrar um trabalho que busca o humor sem o apelo para a sacanagem sexual ou a “ixxpertéza” carioca. Um apelo que já está cansando nas “globochanchadas” platinadas.

PS – A montadora Renault patrocina “Se Puder… Dirija!” e ninguém duvida disso. Durante todo o filme quase só se vê em cena carros da Renault, e é bastante estranho ver as ruas do Rio de Janeiro tomadas por tantos automóveis da marca francesa.

Mais Recentes

Publicidade

Publicidade