Som ao Redor proibido na China
Kleber comentou, de Gramado, a decisão
Por Luiz Joaquim | 14.08.2013 (quarta-feira)
GRAMADO (RS) – Semana passada o cineasta Kleber Mendonça Filho recebeu um comunicado inédito que veio de Anamaria Boschi, curadora do Festival de Cinema Brasileiro na China. Sem saber como dar detalhes ao cineasta, ela informou apenas que seu filme, “O Som ao Redor”, tinha sido proibido de exibir na China, dentro do evento que acontece entre 5 e 15 de setembro em Xangai e Pequim.
Kleber, que esta na Serra Gaúcha como júri do 41º. Festival de Cinema de Gramado, contou a Folha de Pernambuco que Boschi não deu detalhes porque ela simplesmente não os tinha.
“O convite aconteceu no final do ano passado. Daí o filme foi submetido lá a um comitê. Em junho, recebemos a confirmação de que tinha sido aprovado e detalhes para compor o catálogo do festival, além de nossa ida ao festival, já estavam sendo negociados”, recorda.
Até que Boschi teve de submeter novamente o filme recifense a Administração Estatal Chinesa para Rádio, Cinema e Televisão e ele foi vetado – assim como as obras “Chamada a Cobrar”, de Anna Muylaert; “O que se Move”, de Caetano Gotardo; e “Rânia”, de Roberta Marques (que exibe no Recife nesta sexta-feira).
“A administração não deu nenhum justificativa, apenas cancelou. Boschi acredita que tenha havido mudanças políticas no comitê”, diz Kleber. Por enquanto apenas suposições alimentam a imaginação para encontrar uma resposta pela proibição. No caso de “O Som…” talvez a cena em que uma personagem fuma maconha. Para “Rânia” pela possibilidade da prostituição, e em “O que Se Move” pelo drama de um suicídio.
“Para mim é uma honra” contemporiza Kleber sobre o caso. “Me faz lembrar de uma época recente no Brasil em que um cineasta no Recife precisava levar seu Super-8 numa delegacia para receber um carimbo e um realizador tinha de ir a Brasília com seu longa-metragem e obedecer um relatoria que ditava cortes para seu filme ser liberado”, conclui.
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