Não é de hoje que a programação de cinema da Mostra Internacional de Música em Olinda (Mimo) traz boas novas e inéditas a nossa Região Metropolitana. Em 2006 por exemplo, já na sua terceira edição, os espectadores locais tiveram acesso tardiamente a praticamente inédito “Dom Helder: O Santo Rebelde”, de Erica Bauer.

Este ano, em sua 10ª edição, o “Festival Mimo de Cinema” não deixa a bola cair e apresenta de hoje a domingo 23 filmes dos quais dois longas-metragens merecem especial destaque não apenas pelo ineditismo na região, mas pela curiosa investigação sobre seus objetos de interesse: Jards Macalé e Ney Matogrosso.

O documentário “Jards” (19h da sexta, no Pátio da Igreja da Sé), foi dirigido por Erik Rocha e traz a vida e a obra do cantor, músico e ator carioca que cresceu rodeado de música, estudou compositores eruditos, mas sempre representou a música popular brasileira. Como num ensaio poético-musical, o filme ainda apresenta (de forma um tanto dispersa) seu talento com diversos instrumentos musicais e um pouco do processo criativo em seu mais recente album.

Já “Olho Nu”, também um ensaio poético, feito por Joel Pizzini, é mais interessante pelo volume de material audiovisual recolhido que apresenta sobre a trajetória de Ney Matogrosso. É um volume de informações que acabam, entretanto, provocando uma especíe de fadiga por serem recorrentes. As repetições e alternancias revenzando as falas do cantor terminam não por construir uma unidade sobre o cinebiografado, mas as partes de um todo que parecem nunca se completar.

Os outros longas-metragens – dividindo-se nos programas “Panorama Brasil” (mais recentes), “Um outro olhar” e “Retrospectiva” – são: “Siba: Nos Balés da Tormenta” de Caio Jobim e Pablo Francischell;

“Tropicália”, de Marcelo Machado; “Pernamcubanos: O Caribe Que Nos Une”, de Nilton Pereira; “Marcelo Yuka no Caminho das Setas”, de Daniela Broitman; “Desagradável”, de Fernando Rick; “Onde a Coruja Dorme”, de Marcia Derraik e Simplicio Neto; “Vou Rifar Meu Coração”, de Anna Rieper; “A Batalha do Passinho”, de Emílio Domingos; e “Cartola”, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. As sessões alternam-se entre uma tenda montada no Mercado Eufrásio Barbosa, numa tela no Pátio da Igreja da Sé, e outra no Pátio Seminário de Olinda.

Festival Mimo de Cinema
HOJE
18h – Siba – Nos Balés da Tormenta
19h – Tropicália, de Marcelo Machado
20h – Pernamcubanos – O Caribe Que Nos Une, de Nilton Pereira
20h – Curtas e Médias
Boi Fantasma, de Rogério Nunes e José Silveira
Dom Salvador – Endless Soul,de Arthur Ratton Kummer e Lilka Hara
Confete, de Mariana Kaufman e Jo Serfaty

AMANHÃ
18h – Curtas e Médias
Eu Sou o Coração do Carnaval, de Gabriel de Paula, Jairo Neto, Marcel Rocha e Ricardo Devecz
Formiga Come Do Que Carrega, de Tide Gugliano
18h – Marcelo Yuka no Caminho das Setas, de Daniela Broitman
19h Jards, de Eryk Rocha
20h – Desagradável, de Fernando Rick
20h – Curtas e Médias
Sangue e Rosa, de Diego Scarparo e Henrique Gomes

SÁBADO
18h – Curtas e Médias
O Som do Limão, de Vinícius Soares
Coco de Improviso e a Poesia Solta no Vento, de Natália Lopes
18h – Onde a Coruja Dorme, de Marcia Derraik e Simplicio Neto
19h – Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper
20h – A Batalha do Passinho, de Emílio Domingos
20h – Curtas e Médias
Manifesto Makumbacyber, de Beto Brant
Jessy, de Rodrigo Luna, Ronei Jorge e Paula Lice
Cidade Improvisada, de Alice Riff

DOMINGO
18h – Cartola, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda
20h – Olho Nu, de Joel Pizzini
20h – Curta – Jaçanã e o Adoniran, de Rogério Nunes