23 Cine Ceará (2013) – abertura
Tradição e diversidade marcam o Cine Ceará
Por Luiz Joaquim | 07.09.2013 (sábado)
Inicia hoje, e segue até 14 de setembro, o Cine Ceará: Festival Ibero-americano de Cinema. Em sua 23ª edição é o mais tradicional evento do gênero da região e em 2013 chega com duas novidades. A primeira diz respeito ao principal local de suas exibições, a serem realizadas agora nas salas restauradas do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura; e a segunda mudança vincula-se ao norte que indica a curadoria do festival.
Se desde de 2006, ano em que deixou de ser um competição nacional e tornou-se ibero-americana, o Cine Ceará pautava-se por temas como a religião ou a política latinoamericana, desta vez o diretor do festival Wolney Oliveira decidiu concentrar seu olhar sobre a produção específica de um país. No caso, as obras contemporâneas vindas de Portugal.
“Se antes tínhamos temas muito abrangentes, a opção por homenagear um país específico nos permite um foco preciso. E olha que estamos falando de países ibero-americanos que, muitas vezes, não têm sua produção distribuída no Brasil. Então, garimpar a qualidade desse cinema e exibí-los passa a ser um compromisso nosso”, diz Wolney.
Desta forma, duas mostras chamam a atenção aqui: uma é a “Portugal Contemporâneo” e a outra é dedicada a atriz e diretora “Maria de Medeiros”, que será homenageada junto ao ator Marcos Palmeiras. A primeira mostra contempla 14 produções lusitanas – entre curtas e longas-metragens – com títulos como o celebrado “Tabu” (2012), de Miguel Gomes, ou o menos conhecido “O Fantasma” (2000), de João Pedro Rodrigues.
A segunda inclui o novo trabalho de Medeiros como diretora – “Repare Bem”: documentário sobre os efeitos da ditadura militar brasileira sobre Denise Crispim e sua filha Eduarda. A obra foi premiado há cerca de um mês no Festival de Gramado como melhor filme estrangeiro.
Produções de seis países disputam o troféu Mucuripe
A competição no 23º Cine Ceará mistura títulos da Espanha (“Emak Bakia”, de Oskar Alegria); Uruguai-Portugal (“Rincón de Darwin”, de Diego Fernández Pujol); México (“El Paciente Interno”, de Alejandro Solar Luna); Cuba (“La Película”, de Ana, de Daniel Diaz Torres); Argentina (“Mercedes Sosa, la voz de Latinoamérica”, de Rodrigo H. Vila); e, claro, Brasil.
Da produção nacional surgem três títulos: “Olho Nú”, de Joel Pizzini, e os dois íneditos “Solidões”, de Oswaldo Montenegro, e o paulista “Se Deus Vier Que Venha Armado”, de Luis Dantas. Neste último, estrelado por Vinícius de Oliveira (o eterno garoto de “Central do Brasil”), reside a grande expectativa da competição.
Na enredo, temos um detento que tem o direito à saída temporária da prisão para visitar seu irmão, Josué. Lá fora ele tem que cumprir uma missão para o crime organizado, mas acaba se distraindo com o reencontro de seu amigo de infância. O filme abre hoje o Cine Ceará, junto a uma apresntação musical de Maria de Medeiros.
Na competição de curtas-metragens, dois trabalho pernambucanos aparecem na disputa pelo Troféu Mucuripe. “Au Revoir”, de Milena Times, sobre uma mulher que ajuda a cuidar do gato da vizinha; e “Quinha”, da paulista radicada em Nova Iorque, Carolina Oliveira. O filme tocado pela Rec Produtores conta uma história de auto-conhecimento entre mãe (Hermila Guedes) e filha no sertão pernambucano.
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