23o Cine Ceará (2013) – noite 1
Cinema e manifestações no Ceará
Por Luiz Joaquim | 09.09.2013 (segunda-feira)
FORTALEZA (CE) – Foi uma noite curiosa a de abertura, no sábado, do 23o Cine Ceará: Festival Ibero Americano. Enquanto a violência corria na tela dentro do enredo de “Se Deus Vier que Venha Armado” – filme inédito de Luis Dantas , uma forte manifestação corria com palavras de ordem nos arredores do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Era possível ouvir os gritos de dentro dos cinemas.
Enquanto o assunto do filme seguia seu protagonista, o presidiário Damião (Vinícius de Oliveira) num indulto do Dia das Mães, nas ruas da vida real um grupo de jovens reivindicava a preservação do Parque Ecológico do Rio Cocó, em Fortaleza, sobre o qual o governo estadual planeja construir um viaduto.
Ao final do filme, o Cine Ceará permitiu a entrada dos manifestantes no auditório ainda na apresentação dos créditos finais do filme.
Já na tela, Luis Dantas, nos dá um filme que inicia de forma atraente, pelo qual já na abertura se percebe um cuidado extra nos enquadramentos da fotografia (Dantas foi fotojornalista) de Hélcio Nagamine.
Na apresentação dos personagens, as construções também evoluem bem direcionando para a professora de teatro Cléo (Sara Antunes, de “O Primeiro Ano de Um Dia Qualquer”) e o rapper Palito (Ariclênio Barroso, de “Tatuagem”), além de Damião.
“Se Deus Vier…”, entretanto parece, a certa altura, perde o interesse pelos seus personagens e começa a carregar na trilha sonora para emprestar dramaticidade e tensão para a situações de conflito.
Antes da projeção, a atriz e diretora Maria de Medeiros foi homenageada e, simpática, dizia-se feliz por se ver e ver o cinema português sendo destacado no dia da independência do Brasil. “É uma prova de grande carinho e amizade pelos portugueses que me comove”, disse sorrindo.
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