A Morte Comanda o Cangaço
Cinemas em Rede oferece clássico
Por Luiz Joaquim | 10.09.2013 (terça-feira)
Há um mês, a Fundação Joaquim Nabuco, junto a outras quatro instituições nacionais ligadas ao Ministério da Educação (MEC), inauguraram o projeto Cinemas em Rede (rede Cipê) pela qual juntas e em tempo real, cinco cinemas em quatro capitais transmitiram uma sessão com curtas-metragens.
Hoje, às 19h no Cinema da Fundação, acontece a segunda sessão do projeto, trazendo uma raridade: o longa-metragem “A Morte Comanda o Cangaço”, filme dirigido por Carlos Coimbra em 1960.
A versão do filme a ser exibida foi digitalmente restaurada pela Cinemateca Brasileira, em São Paulo, instituição de onde o filme será transmitido para os cinemas da Escola de Comunicações e Artes (ECA-SP); para a Sala de Arte da Universidade Federal da Bahia (UFBA); a Sala Redenção: Cinema Universitário (UFRGS) em Porto Alegre, alem do Cinema da Fundação e o cinema da própria Cinemateca.
A projeção do filme de Coimbra está dentro da “Mostra 300 Anos de Cinema”, que acontece na Cinemateca até 22 de setembro, pela qual a instituição apresenta filmes restaurados e preservados – de todos os tempos – que passeiam pelas expressões artísticas como o teatro, o circo, a musica e as artes plásticas.
Em “A Morte Comanda o Cangaço”, Coimbra nos dá um típico western americano – tal qual uma obra de mestres como Howard Hawks e John Ford – transposto para as características do cangaço nordestino.
Esta foi uma frente mundialmente aberta sete anos antes por “O Cangaceiro”, de Lima Barreto. Não por acaso, duas estrelas do filme de Barreto – Milton Barreto e Alberto Ruschel – brilham no filme de Coimbra.
No enredo de “A Morte Comanda…”, Ribeiro é o Capitão Silvério, bandido ligado a um Coronel. Ruschel é Raimundo Vieira, pequeno fazendeiro que tem a casa destruída e a mãe assassinada. Enraivecido, Raimundo resolve formar seu próprio bando com o objetivo de extinguir o cangaço por conta própria.
A história transcorre em 1929 e o filme é lembrado por como mostrou a geografia nordestina de forma pujante e em cores fortes como o azul do céu sertanejo ou o vermelho do sangue escorrendo da cabeça decapitada de uma senhora.
Além do MEC, estão envolvidos no projeto Cinemas em Rede o Ministérios da Cultura, e o de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A sessão tem entrada franca, mediante capacidade da sala (197 lugares).
Em tempo, “A Morte Comanda o Cangaço” foi o indicado pelo Brasil a concorrer ao Oscar de filme estrangeiro em 1961, mas não foi escolhido pela Academia americana para disputar a estatueta.
0 Comentários