1º Recifest (2013) – programação
Festival dedicado à temática LGBTTT mostra 49 filmes no Recife
Por Luiz Joaquim | 16.10.2013 (quarta-feira)
O Recife já testemunhou uma variedade de festivais de cinema que olhavam com carinho e profissionalismo para a questão da diversidade sexual. O mais tradicional do País, o paulista “Mix Brasil” por exemplo – hoje em sua 21ª edição – oferecia no passado uma itinerância que no Recife tomava o Cineteatro do Parque. Tendo Pernambuco ganhado impulso a cada novo ano da produção cinematográfica, nada mais natural que uma produção local assumisse esse posto. É o que aconteceu e, já na próxima terça-feira (até 26/10), o cine São Luiz, que já terá fechado suas portas para o 6º Janela de Cinema, a abrirá para o “1º Recifest: Festival de Cinema da Diversidade Sexual”.
Na manhã de ontem, a programação do Recifest foi divulgada e trouxe algumas novidades. Mas dois títulos anunciados anteriormente já estimulavam a curiosidade pelo festival. Um deles é o cearense “Doce Amianto”, de Guto Parente e Uirá dos Reis (filme que também exibe amanhã às 20h20 no São Luiz, dentro do Janela). O outro chama-se “Tudo o que Deus Criou”, e vem da Paraíba.
Quando foi rodado, em 2009 em Campina Grande, o diretor André da Costa Pinto tinha apenas 23 anos e falou com exclusividade ao CinemaEscrito(clique link ao final deste texto). Ele, que roteirizou e produziu o longa-metragem, reuniu um grupo local (95% da equipe é da Paraíba) para transformar em realidade seu projeto ao custo de apenas R$ 150 mil. Como se não bastasse, o cineasta conta em seu elenco com nomes como o de Maria Gladys, Letícia Spiller, Paulo Vespúcio e Gusta Stresser.
Quatro anos depois, o Recifest apresentará à cidade a proeza de André, que fala de um jovem de 23 anos em conflitos de identidade. A ideia surgiu após André ouvir uma história do filho de um senhor que o interceptou na rua pedindo-lhe um abraço. Este senhor tinha visto seu curta-metragem “Amanda e Monike” (2008).
Entre as novidades divulgadas ontem, o Recifest oferece a “Mostra DIV.A”, que vem ao Recife pela primeira vez numa itinerância do “Festival Diversidade em Animação – DIV.A”, há cinco anos acontecendo no Rio de Janeiro. São 16 curtas de animação do stop-motion ao 3D, feitos em 11 países, programados por Quiá Rodrigues.
Além dos curtas do “DIV. A”, mais dez ilustram a competitiva de curtas nacionais, e outra dezena forma a competição pernambucana. São eles “Bexiga”, Vinicius Gouveia e Felipe Almeida; “Brecha”, Júlia Araújo e Nathália D’Emery; “Dora” e “Elise”, ambos de Alice Gouveia; “Entre Lugares: a invisibilidade do homem trans”, de Luiz Carlos Nascimento; “Estudo Em Vermelho”, de Chico Lacerda; “Garotas da Moda”, Tuca Siqueira; “Retratos”, Leo Tabosa e Rafael Negrão; “Tubarão”, Leo Tabosa; e “Úrsula”, Luci Alcântara.
Ainda está apontando, para o dia 25 (sexta-feira), às 15h, no auditório da Fafire (Boa Vista), o debate “Mídia e Diversidade Sexual”. Participam os jornalistas Fabiana Moraes, Diogo Carvalho e o presidente da Associação dos Homens Trans, Leonardo Tenório e o coordenador do Centro Estadual de Combate à Homofobia, Rhemo Guedes. A mediação é do professor Alexandre Figueirôa.
O festival também presta homenagem ao produtor pernambucano Rutílio de Oliveira, falecido em agosto de 2012. O 1º Recifest é uma realização da Associação Cultural Bondosa Terra, organizado por Rosinha Assis e Clara Angélica, com curadoria do cineasta Ricky Mastro e o produtor Alexandre Soares Taquary. As mostras são competitivas e os vencedores recebem um troféu confeccionados por Xuruca Pacheco.
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