6º Janela (2013) – noites 1 e 2
Janela mostra o melhor em som e imagem técnica
Por Luiz Joaquim | 14.10.2013 (segunda-feira)
Semana passada, em entrevista para ao CinemaEscrito (veja link abaixo), o curador, produtor deste Janela Internacional de Cinema do Recife, Kleber Mendonça Filho, vaticinou: “Os clássicos pertencem a todos nós”. Nenhum frase definiria melhor a sessão de “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977), filme de John Badham exibido no cine São Luiz na noite do, claro, sábado.
Antes da sessão o anfitrião Kleber perguntou à platéia que lotava o auditório quem, à época do lançamento original do filme, tinha idade para vê-lo no cinema. Algumas poucas mãos levantaram-se.
Ou seja, a aura dourada deste clássico moderno que, conforme lembrou Kleber, vendeu mais de 50 milhões de disco com as baladas do Bee Gees – ainda são cantaroladas pela boca de todas as idades – e ainda seduz os mais jovens.
“Os Embalos…” foi o terceiro clássico, de um total de 11, que este 6o Janela oferece. Naquele mesmo dia, o Cinema da Fundação exibiu à tarde “O Último Imperador” numa adaptação em 3D.
O resultado da conversão ao tridimensional o deixou interessante, mas em apenas um meia dúzia de momentos específicos ao longo filme de seus 163 minutos. Após a sessão, o roteirista Mark Peploe falou da experiência de filmar na China quando o pais ainda não era tão aberto quanto hoje, além das peculiaridades na construção de seu roteiro.
Na sexta-feira, pouco antes da festiva e feliz abertura do evento com “Tatuagem” de Hilton Lacerda, e o curta-metragem “Censura Livre”, de Ivan Cordeiro, outro clássico de apenas 24 anos, “Faça a Coisa Certa”, de Spike Lee, também já lotava o São Luiz.
A sessão, assim como a de “Os Embalos…”, deixou a todos impressionados não apenas pela qualidade da projeção impecável por um sistema digital DCP – graças ao equipamento do técnico alemão Ali Sozen, da carioca On Projeções – como também pelo som.
A experiência, como não se via a décadas no templo da rua da Aurora, gerou comentários, incluindo na rede social Facebook: “Trilha sonora absurdamente boa, com o som absurdamente bom! Parabéns ao cinema São Luiz pela restauração dos equipamentos de som”.
O depoimento do entusiasmado freqüentador revela uma crença, talvez generalizada dos espectadores, de que esta situação é definitiva. O que não é. A boa qualidade de som conferida neste dias no São Luiz na verdade surgiu de um solução paliativa para um susto que a produção do Janela tomou na quinta-feira passada (10), um dia antes da abertura.
Durante sessão de testes com o projetor que veio do Rio de Janeiro para o festival, verificou-se que as caixas originais do cinema estavam danificadas, e comprometeriam todas as sessões do Janela.
A solução viria no mesmo dia com a Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundação Joaquim Nabuco atendendo um pedido de emergência da produção do Janela. O de emprestar para o festival as caixas acústicas da marca JBS que estão temporariamente aposentadas (em ótimo estado, como se viu) do Cinema da Fundação – que as substituiu há três meses, quando inaugurou novos equipamentos.
Alguns frequentadores acreditam que a excelência de projeção, e agora também de som, mostrados no Janela seja o que faltava para estimular de vez a real e definitiva restauração do equipamento do São Luiz.
0 Comentários