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Críticas

Crô: O Filme

Personagem da novela.

Por Luiz Joaquim | 29.11.2013 (sexta-feira)

Noveleiros da Rede Globo certamente lembram do personagem “Crô”, o mordomo afeminado interpretador por Marcelo Serrado na telenovela “Fina Estampa” (2011/12). A partir de hoje os fãs das afetações do gay caricaturado por Serrado podem reencontrá-lo nos multiplex dos shopping centers de todo o Brasil, em “Crô: O Filme” (Bra., 2013), um filme preguiçoso de Bruno Barreto.

A diferença entra as piadas que Rede Globo veiculava até o ano passado na tevê para o que se encontra no filme hoje nos cinemas é só uma: o preço. Para acessá-la agora o espectador terá de desembolsar por volta de R$ 20 (inteira) no final de semana.

De resto, nada diferente. Não há comentário a acrescentar ao que já foi visto nos 185 capítulos da telenovela da emissora platinada, pois aqui dá-se ao espectador o que ele quer.

Isso significa que, além de reforçar no filme os cacoetes próprios que tornaram o personagem popular na tevê, o roteirista Aguinaldo Silva (o mesmo da telenovela) apenas incrementou uma aventura na qual envolve Crô (Marcelo Serrado) involuntariamente contra uma empresária de confecções, Vanusa (Carolina Ferraz) que escraviza costureiras latinas.

Pelo fiapo de enredo, reencontramos Crô rico e infeliz, após herdar a herança de sua patroa. Por um sonho, sua mãe (Ivete Sangalo) lhe explica que sua infelicidade se dá por que ele precisa voltar a se dedicar a uma musa. O ex-mordomo começa então a entrevistar suas possíveis patroas; entre elas está Vanusa, além da cantora Gaby Amarantos, como ela mesma.

Sobre a direção de Bruno Barreto, é bastante difícil associar opções de filmagens aqui, tão televisivas para “Crô”, com o mesmo homem que pensou na composição de obras como “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), “Amor Bandido” (1979) ou “O Beijo no Asfalto” (1981). Não há no novo filme nem um farelo de sinal que há um homem de cinema ali.

Voltando para “Crô”, vivendo coadjuvantes “escada” para o protagonista expor suas tiradas aparecem Alexandre Nero (como Baltazar), Kátia Moraes (Marilda), Carlos Machado (Jean-Jacques), Milhem Cortaz (Riquelme) e Ana Maria Braga, como ela mesma.

Quem sabe em 2014, não surge nos cinemas brasileiros “Félix: O Filme”, com o ator Mateus Solano da telenovela “Amor à Vida”. Ou ainda, um filme em que Crô torná-se o mordomo de Félix. Afinal, todos os pecados parecem ser permitidos neste mercado.

Em tempo – “Crô: O Filme” surgiu, na verdade, como ideia para um especial de fim de ano (para 2012) a ser veiculado pela Rede Globo. O nome original do projeto era “Super-Crô”, mas foi engavetado pelo autor Aguinaldo Silva, até ser convencido a retrabalhá-lo para lançar o telefilme nos cinemas.

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