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Festivais

6º Janela (2013) – programação

A mais bela janela da cidade

Por Luiz Joaquim | 02.12.2013 (segunda-feira)

Por estarem tão envolvidos na confecção deste 6º Janela Internacional de Cinema do Recife é provável que os produtores e curadores Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux não tenham ainda se apercebido que está é talvez a mais redonda e atraente edição de sua história desde que iniciou, em 2008.

No passado, o básico para qualquer bom festival seria exibir bons filmes. Hoje há uma confluência de ações que nenhum evento como este pode se refutar. São eles: exibição de mostras competitivas, mostras hor-concours, lançamento de filmes inéditos, oficinas e debates. Oferecendo um programa de boa qualidade em todos estes campos, este 6º Janela agora vai além e inaugura (ao menos no Recife) um olhar para um novo segmento, o da preservação de filmes.

“Com este pequeno gesto queremos chamar a atenção para a importância da memória. Muitos filmes se perdem no tempo. Resgatá-los é algo caro, mas é uma ação igualmente importante”, comentou Kleber em entrevista ontem pela manhã. O comentário veio embalado pela apresentação do curta-metragem pernambucano “Censura Livre”, realizado entre 1979, 1980 por Ivan Cordeiro.

O filme, que registrou em Super-8 o fechamento e demolição de salas de cinema no Recife naquele período, passou, com o apoio do festival, por um tratamento para o formato digital (DCP, 2K) e irá abrir o Janela próximo dia 11, numa mesma sessão com “Tatuagem”, ficção pela qual Hilton Lacerda registra a inquietação cultural do final dos anos 1970 no Recife e Olinda.

Além de “Tatuagem”, o Janela também lança da Rec Produtores “O Homem das Multidões”, longa co-dirigido por Marcelo Gomes e Cao Guimarães. Ainda de Pernambuco haverá a premiere de “Amor, Plástico e Barulho”, de Renata Pinheiro, e “Uma Passagem para Mário”, de Eric Laurence.

Entre os curtas-metragens, também brilham pela primeira vez na tela: “Pausas Silenciosas”, de Mariana Lacerda; “Em Trânsito”, de Marcelo Pedroso; e “Sob a Pele”, de Daniel Bandeira e Pedro Sotero (este último fora de competição). Já tendo circulado em outros festivais, aparecem agora por aqui “Au Revoir”, de Milena Times; e “Deixem Diana em Paz”, de Júlio Cavani.

Festival terá competição entre longas-metragens
Pela primeira vez, a competitiva do Janela extende-se para uma seleção de novos longas-metragens. Disputam sem distinção entre “estrangeiro” e “nacional” nove títulos: “Depois da Chuva” (Cláudio Marques e Marília Hughes), “O Lobo Atrás da Porta” (Fernando Coimbra), “Avanti Popolo” (Michael Wahrmann), “Gatinha Estranha” (Ramon Zürcher), “O Ato de Matar” (Joshua Oppenheimer), “Quando a noite cai em Bucareste ou metabolismo” (Corneliu Porumboiu), “Metalhead” (Ragnar Bragason) e “Um Estranho no Lago” (Alain Guiraudie), além de “Tatuagem”.

Totalizando 112 filmes as sessões acontecem mais uma vez no cine São Luiz e Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, com ingressos a R$ 4 (R$ 2, meia) para os longas, e R$ 1 para os programas de curtas. Ingressos para todos os longas serão vendidos já a partir de terça-feira (8/10) no São Luiz, e apenas para os longas clássicos na Fundaj.

Além da sessão de clássicos, anunciada semana passada, a maratona completa-se com um debate após a reprise de “Tatuagem” e a aula “O Espetáculo Começa no Cinema”, ministrada pelo professor e pesquisador carioca João Luiz Vieira sobre a experiência social em salas de cinema.

Além da tradicional sessão de curtas cariocas do Cachaça Cineclube, o Janela traz agora novas parcerias, como a firmado com a escola de cinema da University of Southern California, em Los Angeles; com o Tomada Única Desbunde (de filmes realizados em Super-8); com o IndieLisboa: Festival Internacional de Cinema Independente; e o Cineclube Dissenso, exibindo o longa cearense “Doce Amianto”.

Além da tradicional oficina de crítica de cinema, ministrada por Luís Fernando Moura, serão disponibilizadas este ano aulas sobre “Documentário Sociocultural”, com o cinegrafista colombiano Juan Sarmiento G. Veja a programação completa no portal da Folha.

PS – O Janela Internacional opera com o orçamento de RS 320 mil. Os recursos, vindos do Funcultura e da Petrobras, são pequenos para o padrão de ofertas e qualidade estabelecidados pelo evento.

Outros detalhes aqui (http://www.janeladecinema.com.br/2013/)

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