Evento homenageia o cinema de Ary Severo
Ação celebra 110 anos de nascimento do cineasta
Por Luiz Joaquim | 28.12.2013 (sábado)
Um evento diferente vai marcar o Mercado da Boa Vista (rua Sta. Cruz, s/n) na tarde de hoje. A partir das 17h, no box de número 33, a Federação Pernambucana de Cineclubes de Pernambuco (Fepec) presta uma homenagem aos 110 anos do nascimento do pioneiro do cinema pernambucano, Ary Severo (1903-1994).
Entre as atrações promovidas numa parceria com a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD – Apeci), o evento vai projetar curtas-metragens sobre Severo, seguido da entrega de certificados aos jornalistas Fernando Spencer, Amin Stepple, Celso Marconi e a única filha viva do pioneiro, Vitória Torreão.
No desfecho da homenagem será lançando o livro “Ary: Um bandeirante do cinema brasileiro” (224 páginas), publicado pela Editora Bagaço. Rico em fotografias raras e documentos inéditos, o livro é derivado de uma pesquisa acadêmica de seu autor, o jornalista Nelson Sampaio Jr., cujo plano era delinear a trajetória do cineasta do Ciclo do Recife.
Ary é reconhecido como uma das maiores personalidades do cinema mudo pernambucano ao lado de colegas da juventude que o ajudaram a fundar o cinema de enredo no Estado.
No prefácio do livro, Luiz Maranhão Filho lembra que foi com a realização do projeto de graduação em jornalismo, o vídeo “A Última Diva”, pelo qual o autor Sampáio se debruçou pela primeira vez no quesito cinema mudo pernambucano. No trabalho, ele resgatava a história de sua tia avó, Mazyl Jurema, atriz local dos anos 1920.
O interesse por Ary Severo veio na sequência, ao fazer uma especialização em cinema. Por ocasião da monografia de conclusão, Nelson resolveu transcrever duas entrevistas dadas pelo cineasta ao Museu da Imagem e do Som (Mispe); uma em 1974 e outra em 1983, concedida para Spencer e Stepple.
Nas entrevistas, o pioneiro relata informações daquele período, passando pelas dificuldades e superações para transpô-las considerando as limitações da época. Fala ainda da influência do cinema norte-americano na produção local. Desta forma, cercando as entrevistas, Nelson tenta entender e compreender o pensamento do cineasta, e “apresentá-lo” ao leitor.
Sobre “Ary: Um bandeirante do cinema brasileiro”, o jornalista e cineasta Amin Stepple comentou: “O livro de Nelson Sampaio, cuja escrita é suavemente jornalística, o que facilita e desperta o interesse do leitor (curioso ou não pelo que aconteceu na longa noite de nitrato dos anos 20 do século passado), é um complemento necessário e imprescindível ao trabalho de outros pesquisadores do cinema mudo pernambucano”. O livro pode ser adquirido pelo valor de R$ 30. Informações pelos fones (81) 8107.5066 ou 3221. 7117.
Serviço
Homenagem a Ary Severo
Quando: Hoje, às 17h
Onde: Mercado da Boa Vista
Entrada franca
Em tempo – O chamado Ciclo do Recife foi um período compreendido entre 1923 e 1931, dentro do qual 13 fitas de enredo foram produzidas no Estado, sendo este o ciclo regional brasileiro mais prolífero daquela década. Ali, jovens de forma intuitiva, produziram seus filmes, e entre estes estava o ator, diretor e produtor Ary Severo.
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