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Críticas

O Hobbit: A Desolação de Smaug

A saga de um anão contra um dragão

Por Luiz Joaquim | 13.12.2013 (sexta-feira)

Toda uma geração, principalmente aqueles entre 15 e 25 anos – e alguns mais velhos também -, entram em polvorosa a partir de hoje uma vez que estreia no Brasil “O Hobbit: A Desolação de Smaug”(The Hobbit: The Desolation of Smaug, EUA, 2013) – mega-produção de Peter Jackson.

A euforia, entretanto, será pelo reencontro que estes jovens viverão ao rever nas telas o universo de J. R. R. Tolkien, apresentando por eles no cinema há pouco mais de uma década com a trilogia “O Senhor dos Anéis” (2001 a 2003).

“A Desolação de Smaug” é o segundo episódio de uma nova trilogia que Jackson iniciou em 2012 com “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”. Nela, o cineasta neozelandense situa os fãs dos entreveros que se passaram na Terra Média precedendo as aventuras que vimos com o hobbit Frodo (Elijah Wood).

A sensação deste “Smaug”, ou “Hobbit 2”, é a mesma deixada pelo filme do ano passado. A de que as oito mãos dos roteiristas Fran Walsh, Philippa Boyens, Guillermo del Toro e Jackson se esforçaram para esticar ao máximo situações e diálogos originalmente pequenos em algo três vezes mais longo e de eficácia questionável do ponto de vista dramático.

O melhor exemplo disto nesta parte 2 – entre diversos – está na interminável conversa que o hobbit Bilbo (Martin Freeman) mantém com o dragão do título, Smaug.

E a impressão de inchaço (e consequente enfado para o não-fã) não podia ser diferente do que foi visto no filme 1 – e provavelmente será visto no filme 3 – uma vez que a fonte literária que alimenta a trilogia de “O Hobbit” – filmada toda de uma vez – é um livro franzino perto do calhamaço que alimentou a trilogia “O Senhor dos Anéis”.

Do ponto de vista da tecnologia, “O Hobbit” segue a mesma trilha aberta por “O Senhor dos Anéis”, pela qual Jackson faz abrir os olhos do espectador para imagens virtuais matematicamente pensadas, em termos binários; ou seja, desenhadas de um modo que só poderiam vir a tona hoje por meio dos efeitos computadorizados, ou CGI.

É assim que surge a certa altura do filme, quase como um portfólio da audácia da equipe CGI de Jackson, a sequência em que uma dezena de anões que acompanha Bilbo em sua aventura descem boiando em tonéis pela correnteza de um rio, fugindo de elfos e de orcs. Os orcs lembram homens, totalmente calvos, que passam quatro horas diárias malhando numa academia de ginástica e, sem tratamento dentário, estando sempre enfurecidos e fazendo URRGRHUAR!!

Do ponto de vista da construção narrativa fílmica, “O Hobbit 2” distrai por um dos piores pecados do cinema contemporâneo. Com montagem videoclípita, algumas sequencias são formadas por um conjunto de tomadas que, individualmente, duram regularmente entre três e oito segundos de duração (contado de relógio).

É como se o filme dissesse ao espectador que se a imagem que ele mostra não possui efeito especiais, e se concentra nos atores, ela não vale a pena ser apreciada, e nem os diálogos realmente importam. Ao contrário da trilha sonora, onipresente em todas as quase três horas de duração, exatamente para tentar amarrar auditivamente o espectador numa unidade visual pra lá de fragmentada.

Quanto ao enredo, pode ser resumido na pequena frase que também resumiu o filme 1, de 2012: “Um dezena de baixinhos e um bruxo (Gandalf, Ian McKellen) vão enfrentar um dragão para resgatar a montanha onde moravam”. A diferença do filme 1 é que, desta vez, o dragão aparece, mas o espectador só vai conhecer sua ira em dezembro de 2014.

ÊXITOS – Juntos, os três filmes de “O Senhor dos Anéis” faturaram US$ 2,9 bilhões e arrebataram 17 Oscar, sendo a maioria de efeitos especiais que tornaram-se referência na área.

FIM – O filme que fecha a trilogia de “O Hobbit” já está filmada, chama-se “Lá e de Volta Outra Vez”, mas só estreia no mundo no dia 17 de dezembro de 2014.

48 QUADROS – Peter Jackson filmou a trilogia “O Hobbit” com uma nova técnica, em que as imagens são captadas em 48 quadros por segundo, quando habitualmente são 24 quadros/segundo. O resultado gera efeito curiosos nos movimentos vistos na tela. No Recife, entretanto, as sutilezas serão dificilmente percebidas nas salas com projeção escura.

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