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Críticas

47 Ronins

A vaidade a partir do Oriente

Por Luiz Joaquim | 31.01.2014 (sexta-feira)

Algumas estrelas hollywoodianas parecem alimentar uma admiração pela cultura oriental, a ponto de mover fundos para vivenciá-la pelo cinema. Pode também apenas ser por uma vaidade pessoal de se enxergar atuando naquela cultura exótica para os padrões do ocidente.

Ou ainda por acreditar que dramas milenares envolvendo guerreiros medievais daquelas terras rendam boas tramas a serem mastigadas por Hollywood.

Ao considerarmos filmes como “O Último Samurai” (2003), no qual Tom Cruise é o militar americano que abraça a cultura dos samurais, e tem seu cabelo esvoaçando em 70% das cenas do filme, a vaidade pessoal parece ser mesmo o leitmotiv.

No novo “47 Ronins” (EUA, 2013), estreia num longa-metragem de Carl Rinsch – em cartaz hoje nos cinemas de todo o Pais –, o motivo parece não se distanciar muito ao de Cruise, só que aqui experimentado por Keanu Reeves, que no mesmo ano atuou e dirigiu “Man of Tai Chi” sobre um talentoso lutador de Tai Chi.

No enredo, o filme tenta resumir os dilemas e agruras vividas pelos 47 ronins que são lembrados na formação da própria história da China, quando no século 18 uniram-se para vingar seu mestre.

O roteiro dá conta de Reeves como Kai, um mestiço que vive no povoado de Ako desde menino. Ele foi adotado pelo mestre Asano (Min Tanaka), mas sempre foi destratado pelo chefe dos samurais, Oishi, em função de sua linhagem.

Quando um shogun visita Ako, e leva consigo um outro mestre, Kira, com sua feiticeira, a vida de Asano sofre perigo. Um ano após o desenrolar da trama, e com a filha de Asano prestes a casar com o algoz Kira, Oishi reúne Kai e mais 46 ronins para resgatar a honra e seu povoado.

Trabalhando na construção de uma tentativa de épico a partir de uma história real, este “47 Ronins” soa mesmo como algo de plástico e trivial, principalmente quando temos Reeves contracenando lutas com monstros digitais; sem mencionar o seu final, próximo ao piegas. Não à toa, Carl Rinsch foi candidato ao pior diretor de 2013 pelo concurso Framboesa de Ouro. Não venceu, mas foi por pouco.

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