A noite do domingo reuniu mais uma vez milhões de fãs do cinema e de produções norte-americana para tevê ao redor do mundo a fim de conferir a pemiação da Globo de Ouro. Em sua 71ª edição, promovida pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, concedeu o prêmio mais esperado – de melhor filme na categoria Drama – para o corajoso “12 Anos de Escravidão”, do diretor Steve McQueen, sobre a história real de um escravo liberto e sequestrado em 1841.

Apesar do mais importante troféu da noite, “12 Anos de Escravidão” levou apenas este solitário prêmio. A produção vem provocando polêmica nos EUA pela forma cruel como apresenta maltrato sofrido pelos escravos do século 19. Contava com sete indicações e no Brasil o título estreia dia 28 de fevereiro.

Na categoria comédia/musical, o franco favorito “Trapaça” (estreia 24 de janeiro) – também com sete indicações – teve mais sorte. Foi eleito o melhor filme e as performances de Amy Adams e Jennifer Lawrence, como atriz e coadjuvante, respectivamente também foram contempladas. Dirigido por David O. Russel, o filme conta a história de um trapaceiro que, com sua amante, ajuda um agente do FBI.

Uma piada velada na cerimônia era o prêmio de melhor ator para Leonardo DiCaprio por “O Lobo de Wall Street” (estreia 24/02). Não por conta de seu incontestável talento, mas pela inscrição nesta categoria do filme de Scorsese sobre a decadência de um corretor da bolsa norte-americana. Em seu agradecimento o próprio DiCaprio brincou: “Nunca imaginei que seria premiado como ator de comédia por este filme”, disse.

O ator premiado por um personagem “sério” foi Matthew McConaughey, por “Clube de Compras Dallas” (21/02), assim como o coadjuvante no mesmo filme, Jared Leto. Conhecido por “Réquien para Um Sonho” (2000), Leto disse que pensou em desistir da carreira até lhe chegar o convite para viver o transexual neste filme do canadense Jean-Marc Vallée.

O globo dourado de melhor diretor ficou com Alfonso Cuarón, pelo seu “Gravidade”. Humorado, o diretor mexicano lembrou dos problemas de dirigir no idioma que não era o seu quando, ao conversar com sua protagonista Sandra Bullock, disse-lhe que ela usaria um fone para o ouvido (ear), e ela entendeu que receberia uma peruca (wig).

Spike Jozen foi lembrado pelo seu roteiro de “Ela”, no qual Joaquin Phoenix se apaixona pela voz (a de Scarlett Johansson) do sistema operacional de um equipamento. A melhor animação foi para o novo Disney, “Frozen: Uma Aventura Congelante”; a melhor canção para o U2, pelo filme “Mandela: Long walk to freedom” (sem estreia no Brasil); a trilha sonora foi para o iniciante Alex Ebert, para “All is Lost”, em que Robert Redford atua sozinho.

O melhor filme estrangeiro eleito pela imprensa estrangeira em Hollywood foi o ótimo italiano “A Grande Beleza” (estreia próxima sexta-feira no Cine Rosa e Silva), de Paolo Sorrentino, sobre as reflexões de um artista aos 65 anos sobre a banalidade e a razão da vida.

Das produções para a tevê, o destaque ficou com “Breaking Bad”, como série dramática, sendo seu ator, Bryan Cranston, também contemplado. No campo do humor, a melhor série foi “Brooklyn Nine-Nine”, dando também o prêmio a Andy Samberg como melhor ator da categoria. Já a melhor minissérie ou telefilme ficou com “Minha Vida com Liberace”. A mesma produção deu o troféu a Michael Douglas por interpretar o pianista gay Liberace.

ÁGUA – Antes da badalação no interior do Beverly Hilton Hotel, em Los Angeles, esta edição do Globo de Ouro ofereceu um notícia inédita na história do evento. Ainda durante a chegada das estrelas, um cano estourou na entrada do tapete vermelho. O vazamento deixou um quinto do tapete alagado, atrapalhando o desfile da atrizes.

Premiados – Globo de Ouro

Cinema

Melhor filme – Drama
“12 years a slave”

Melhor filme – Comédia ou musical
“Trapaça”

Melhor ator – Drama
Matthew McConaughey, de “Dallas Buyers Club”

Melhor atriz – Drama
Cate Blanchett, de “Blue Jasmine”

Melhor atriz – Comédia ou musical
Amy Adams, de “Trapaça”

Melhor ator – Comédia ou musical
Leonardo DiCaprio, de “Wolf of Wall Street”

Melhor ator coadjuvante
Jared Leto, de “Dallas Buyers Club”

Melhor atriz coadjuvante
Jennifer Lawrence, de “Trapaça”

Melhor diretor
Alfonso Cuaron, de “Gravidade”

Melhor roteiro
Spike Jonze, de “Her”

Melhor filme estrangeiro
“A grande beleza”, da Itália

Melhor canção original
“Ordinary love”, do U2 (“Mandela: Long walk to freedom”)

Melhor trilha original
“All is lost”

Melhor animação
“Frozen: Uma aventura congelante”

Televisão

Melhor série de TV – Drama
“Breaking Bad”

Melhor ator em série de TV – Drama
Bryan Cranston, de “Breaking Bad”

Melhor atriz em série de TV – Drama
Robin Wright, de “House of cards”

Melhor série de TV – Musical ou comédia
“Brooklyn Nine-Nine”

Melhor ator em série TV – Comédia ou musical
Andy Samberg, de “Brooklyn Nine-Nine”

Melhor atriz em série de TV – Comédia ou musical
Amy Poehler, de “Parks and recreation”

Melhor minissérie ou filme para TV
“Behind the candelabra”

Melhor ator em minissérie ou filme para a TV
Michael Douglas, de “Behind the candelabra”

Melhor atriz em minissérie ou filme para a TV
Elisabeth Moss, “Top of the Lake”

Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou filme para TV
Jacqueline Bisset, de “Dancing on the Edge”

Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou filme para a TV
Jon Voight, de “Ray Donovan”