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Críticas

Confissões de Adolescente: O Filme

Confissões de outra geração

Por Luiz Joaquim | 10.01.2014 (sexta-feira)

Quem tentar contar quantos blogs existem na internet que falam em tom pessoal de conflitos juvenis, funcionando como um diário adolescente, não vai conseguir concluir a contagem de tão numeroso que será o resultado. Há cerca de duas décadas, entretanto, os diários ainda costumavam ser restritos aos seus autores. E um destes autores – a atriz, escritora e dramaturga Maria Mariana, 40 anos – tornou-se uma forte referência da geração daquele período ao publicar o livro “Confissões de Adolescente” (Agir Editora, 128 pág.).

Baseado em seus diários escritos entre os 10 e 19 anos de idade, o livro ganhou uma versões para o teatro, além de série para a TV Cultura, entre 1994 e 1996. Na tevê, a própria Mariana – hoje mãezona de quatro filhos – interpretava uma das quatro adolescentes do enredo, que, sob os cuidados de um pai solitário vivenciavam os eternos conflitos próprios da faixa etária.

A história volta a brilhar na mídia nacional a partir de hoje, quando, “Confissões de Adolescente: O Filme”, invade 400 salas de cinema no Brasil. Dirigido por Cris D Amato e Daniel Filho (diretor também da série nos anos 1990), a versão cinematográfica chega repaginada para os dias atuais, mas mantendo os imutáveis dilemas juvenis.

Entre as tensões criadas pela expectativa do primeiro beijo, da popularidade na escola, da perda da virgindade, da escolha da profissão, aparecem no filme as atrizes Clara Tiezzi (como Karina), Bella Camero (Bianca), Malu Rodrigues (Alice) e Tina (Sophia Abrahão), lidando, respectivamente, com os problemas acima.

Apesar do discurso ser o mesmo, o ritmo do filme é bastante distinto ao da série, uma vez que em 20 anos muito muda, mesmo sem considerar que as linguagens para os dois veículos seguem critérios distintos.

Entretanto, se o ritmo do filme é diferente ao da série, ele o é pela distância temporal entre um e outro. O é pelo registro em como os adolescentes, entre si, interagiam de ontem para os de hoje. A própria abertura do filme mostra isso, com Bianca postando suas reflexões numa rede social virtual, e publicando que está num “relacionamento sério”. Enquanto nós vamos vendo na tela toda a dinâmica dessa comunicação em tempo real.

É uma abertura inspiradora do ponto de vista da linguagem, mas o que vem na sequência não difere do que podemos encontrar numa série para tevê. Em poucas palavras, o “Confissões” filme, pode funcionar como um bom entretenimento aos jovens de hoje, mas não deverá tornar-se uma referência ou marco como o “Confissões” série da tevê.

Isto porque, enquanto o filme soa fortemente como um epsódio especial do televisivo “Malhação”, situado na Zona Sul carioca, a série dos 1990 trazia em si uma leveza e personalidade de alcance mais universal. Daí a fácil empatia e identificação que alcançou.

ADAPTAÇÃO – Para atualizar a história de Maria Mariana, Daniel Filho chamou o cineasta Matheus Souza, de 25 anos, para assinar o roteiro. Matheus dirigiu “Eu Não Tenho a Menor Ideia do que Tô Fazendo da minha Vida”

VETERANAS – As atrizes Maria Mariana, Deborah Secco, Georgiana Góes e Daniele Valente, da série na tevê dos anos 1990, têm participação especial no filme. Secco interpretada uma mãe preocupada com a virgindade do filho. Mariana é a advogada que entrevista a personagem de Sophia Abrahão para um emprego.

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