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Críticas

Loucas pra Casar

Elas estão descontroladas

Por Luiz Joaquim | 07.01.2014 (terça-feira)

Roberto Santucci, atual midas do cinema comercial brasileiro, estreia amanhã (8) no circuito exibidor seu “Loucas pra Casar” (Bra., 2015), co-estrelado por Ingrid Guimarães, Tatá Werneck e Suzana Pires.

O cineasta, responsável por sucessos de público como a franquia “De Pernas pro Ar” (o filme 3 deve estrear ainda este ano) , Santucci burila um pouco mais um projeto que começou a ganhar forma no “Até que a Morte nos Separe 2” (2013), ourta franquia sua com êxito financeiro.

Com roteiro escrito pelo ator Marcelo Saback, seu “Loucas pra Casar” aprimora a competência de abrasileirar escrachos hollywoodianos, no caso comédias românticas. Assim, Ingrid Guimarães estaria para as milionárias comédias cariocas assim como Julia Roberts (só que não com o mesmo talento desta) esteve para Hollywood nos anos 1990.

Duas décadas depois, portanto, temos de rir, sem o auxílio de legendas, com Guimarães encarnando Malu, uma solteirona contando 40 anos de idade e de desespero para casar. Atuando num cargo importante numa grande imobiliária ela está certa de que vai conquistar o matrimônio com seu chefe, Samuel (Márcia Garcia), por ela apaixonado.

As confusões e desencontros começam a acontecer quando Malu se dá conta que Samuel tem não apenas uma amante, mas duas: a voluptuosa dançarina de boate Lúcia (Pires) e a protestante Maria (Werneck).

Não precisamos ir aos 1990 para encontrar a piada norte-americana correlata a este “Loucas para Casar”. Há apenas oito meses, estreou no Brasil “Mulheres ao Ataque” (The Other Woman), com Cameron Diaz no personagem que seria de Guimarães, com a bem alimentada atriz Kate Upton equivalendo-se ao papel de Pires, e Leslie Man ao de Werneck.

Em ambas histórias, ao inves do trio de mulheres loucas largarem o traidor, eles unem forças para derrubá-lo. Com sutis diferenças entre um filme e outro, a produção brasileira consegue ao menos não ser nociva quanto o é o gringo, este último extrapolando o bom senso para questões sexistas.

Santucci conseguiu algo vital aqui para qualquer produto humorístico: otiming, o tempo da graça. E é nesse sentido que seu filme evoluiu, assim com o roteiro de Saback que privilegia não apenas a história central de “Loucas…” mas também as confusões correlatas, que abre espaço, inclusive, para o talento do cearense Edmilson Filho (de “Cine Holliúdy), como Rubi, um gay afetado.

Entre as três personagens centrais, o destaque é de Werneck, bastante à vontade com a graça, segurando bem inclusive textos longos e difíceis. A figura de Lúcia é naturalmente engraçada, o que facilita a vida de Pires e, lamentavelmente, Guimarães parece ser a única deslocada aqui.

PARCERIA – Este é o segundo filme em que Tatá Werneck e Ingrid Guimarães atuam juntas. Elas estiveram juntas em “De Pernas pro Ar 2” (2012). O roteirista, também ator, Marcelo Saback é também autor de “De Pernas pro Ar” (2010).

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