Muita Calma Nessa Hora 2
Agora consegue divertir
Por Luiz Joaquim | 17.01.2014 (sexta-feira)
Lá em 2010, o diretor Felipe Joffily cometeu o desarranjo “Muita Calma Nessa Hora” (clique no link abaixo e leia a crítica). Hoje (17/01), chega aos cinemas o filme 2 (Brasil, 2014). A boa notícia é que esta sequência não mais provoca mais enjoo. Apesar do roteiro de Bruno Mazzeo e Luisa Silvestre entrar em parafuso e desandar lá pela metade da duração do filme, “Muita Calma… 2” inicia saudável e, acreditem, divertido.
A segunda observação, evidente na tela, é que, apesar do protagonismo ser assinado pelas mesmas atrizes do filme 1 – Débora Lamm (como a natureba Estrella), Fernanda Souza (a atrapalhada Aninha), Andréia Horta (a descolada Tita) e Gianni Albertoni (a fatal Mari) -, esta continuação pertecente mesmo é aos coadjuvantes masculinos.
Quando o paulista boboca Augusto Henrique (Marcel Adnet), o fã da banda Chiclete com Banana (Lúcio Mauro Filho) e cantor sertanejo Renan (Mazzeo) surgem na tela, a vontade é que eles permanecam lá. As piadas individuais que sobraram para as atrizes são tão apagadas que elas parecem estar ali apenas como escada para os três rapazes.
A sacada nos roteiro de Mazzeo e Silvestre – e sim, a direção de Joffily -, aproveitaram muito bem as possibilidades de ironias criadas a partir de esterótipos. O sertanejo feito por Mazzeo, com seu hit “Pracadá”, por exemplo, faz rir só com a letra da música: “Pracadá / Com a fã / Vem pra van / Tirar o Soutian”.
Como o enredo desenrola-se no fictício show “Som do Rio” (uma espécie “Rock in Rio), sobram ironias a partir da banda “Los Cunhados”. Ela é formada por um grupo de quatro rapazes, todos barbudos, cujo vocalista é um ególatra, vaidoso pela letra de suas músicas. Melhor para o espectador, uma vez que no filme anterior era preciso um esforço desumano para achar graça da não-aventura sexual das pálidas Estrella, Aninha, Tita e Mari.
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