As Aventuras de Peabody & Sherman
Uma família incomum e feliz
Por Luiz Joaquim | 28.02.2014 (sexta-feira)
Ano passado, a animação brasileira “Uma História de Amor e Fuga”, de Luiz Bolognesi, teve discreta circulação nos multiplex, mas deverá ter vida longa nas escolas por mostrar, numa literal viagem ao passado, uma perspectiva interessante da história do Brasil não contada nos livros. A história de oprimidos. A história de negros, índios e insurretos contra a colônia portuguesa.
O hollywoodiano “As Aventuras de Peabody & Sherman” (Mr. Peabody & Sherman, EUA, 2014), obra de Rob Minkoff que estreia hoje, também pode ter esse destino, muito embora o interesse aqui seja menos rever questões injustas da histórias universal, mas fazer os pequenos espectadores se divertirem com ela para ressaltar a beleza da relação entre um pai e um filho, independente das diferenças raciais.
Adaptado da série de tevê “Rocky and Bullwinkle”, dos anos 1960, o filme mostra o falante e super-inteligente cachorro Peabody. Um mestre das ciências exatas, assim como da história, das artes e mesmo dos esportes, o cão de óculos tem com filho adotivo o pequeno Sherman, de sete anos. Em segredo, ambos divertem-se com uma máquina do tempo com a qual Sherman foi aprendendo sobre fatos crucias da história da humanidade, tendo sido testemunha ocular de todas elas.
Uma vez na escola, Sherman sofre bullying por seu pai ser um cachorro. Tentando consertar o problema, Peabody (voz de Alexandre Borges) convida a família da menina agressora para um jantar de consciliação. Por uma confusão, Sherman, a garota e Peabody vão ao passado e passam por aventuras ao lado de Robespierre na Revoluçao Francesa, Aguamenon no ataque a Tróia, Da Vinci tentando reproduzir o sorriso da Mona Lisa, e até no casamento do faraó Tutancâmon, do Egito antigo.
Com belo visual plástico, “As Aventuras de Peabody & Sherman” vai conquistando aos poucos, mas parece querer deixar claro que não deve ser levado tão a sério, com suas boas piadas, no que diz respeito a seriedade sobre os fatos históricos. Seu esforço maior é concentrado mesmo na relação afetuosa entre o pai cachorro e o filho humano. O que não deixa de ser também uma boa analogia para os espectadores adultos refletirem.
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