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Críticas

Kátia

O primeiro político transexual do Brasil

Por Luiz Joaquim | 13.02.2014 (quinta-feira)

Em 2012, ano em que o cinema pernambucano dominou o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, exibindo quatro longas-metragens na competição, um documentário paulista – “Kátia”, de Karla Holanda, também figurava na seleção.

Em dezembro último, o filme exibiu no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco como parte integrante da 8ª Mostra Direitos Humanos e hoje (13/02), em sessão especial às 12h30, ele ganha uma sessão no auditório do Centro Cultural Correios (CCC) – Recife Antigo – com entrada gratuita.

Tendo sido o primeiro transexual eleito pelas urnas do país, na pacata Colônia, Piauí, Kátia só resolveu assumir sua sexualidade com a morte do pai. Até chegar a ser a vereadora mais votada no seu município, em 1992, a estrada foi longa. Mas depois conseguiu manter-se no cargo por três mandatos. E ainda chegou a ser vice-prefeita, entre 2004 e 2008.

Apesar das informações sobre sua carreira política estarem em destaque no filme, a direção de Karla Holanda parece lembrar o tempo todo que está documentando a vida de uma pessoa que trocou de sexo. Resultado de apenas 20 dias de convivência com sua protagonista, o filme tem a nobre função de ressaltar a igualdade entre as pessoas, sendo Kátia uma prova viva disso. Mas questões muito íntimas sobre sua vida pessoal e costumes parecem insistir infelizmente, na diferença.

Apesar do contrasenso discursivo, “Karla”, o filme, é válido pelo registro histórico da personagem cujo bom carísma seria o suficiente para formatar um documentário encantador sobre um ser-humano vencedor.

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