A carreira do longa-metragem pernambucano “Eles Voltam”, de Marcelo Lordello, vai bem, obrigado, e ainda deve melhorar. Ontem o filme entrou em cartaz em mais três capitais – Salvador, Goiânia e Fortaleza -, e hoje, aqui no Recife, seu realizador dá partida a uma nova fase nesta etapa de difusão da obra. Lordello irá pessoalmente, a partir das 10h30, promover um debate com os alunos do primeiro e segundo ano do ensino médio do colégio Núcleo (avenida Rui Barbosa, 1680, Graças) após uma projeção do filme para os estudantes.

A iniciativa é o pontapé inicial de um projeto maior que irá circular por colégios da rede estadual, inclusive no interior do Estado, quando o cineasta acompanhará estas projeções discutindo o processo criativo do filme, seu enredo, as etapas da produção, e sobre a própria experiência de fazer cinema em Pernambuco.

Por telefone de Fortaleza, Lordello contou que a primeira vez que percebeu que a trajetória da protagonista de seu filme interessa a adolescentes foi quando ainda estava editando suas imagens. “Naquele momento, Caçapa, responsável pela nossa trilha sonora, comentou que seu filho Caio, de 15 anos, tinha gostado bastante do que tinha visto. Achei ótimo, porque ‘Eles Voltam’ tem seu ritmo próprio, diferente daquilo que a maioria dos adolescentes estão habituados”, lembrou.

“Daí que junto a Mannu [Costa, produtora] aprovamos no projeto de distribuição pelo Funcultura essa ação de levar o filme às escolas como forma de devolver ao contribuinte um produto que nasceu por conta de seus tributos”, relaciona Marcello. Ele explica também que deverá aperfeiçoar ao máximo essa experiência, principalmente no Interior. “Quando formos a uma determinada escola na Zona da Mata Norte, por exemplo, vamos procurar os cineclubes por perto para também oferecer este serviço de debate para eles”.

À parte o circuito a ser feito pelas escolas do Estado, o diretor conta que preparou um material de divulgação que entregou em cerca de 20 escolas particulares, perguntando pelo interesse de participar deste circuito. “No material, relacionamos o potencial do filme para apresentar aos alunos naquela faixa de idade e trabalhar com eles questões multidisciplinares, passando pela filosofia, geografia, história, etc.”, finalizou.

Assim como o colégio Núcleo, que inaugura os debates a partir do filme “Eles Voltam” nesta manhã, algumas outras escolas privadas compraram a ideia; como o Instituto Capibaribe e o Oi Kabum!, que querem levar seus alunos para ver e debater o longa no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.