Na manhã de ontem, a coordenação da Massangana Multimídia Produções, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), anunciou os detalhes da 10ª Edição do Prêmio Rucker Vieira de Roteiros para Documentários. No ano em que o Concurso completa uma década de atividade, o eixo temático do edital proposto será “Africantos: Histórias e Memórias do Povo Afro-brasileiro” e tem inscrições abertas até 30 de maio.

Como de costume, serão selecionados dois projetos para realização de dois documentários de 26 minutos. Cada um receberá a premiação de R$ 80 mil brutos e ambos terão exibição garantida na grade de programação da TV Brasil (canal aberto), parceira da Fundaj no concurso.

A coordenadora da Massangana Multimidia, Cynthia Falcão, explica que o tema surgiu em função da lei 10.639/2013 ter completado dez anos em 2013. “Ela obriga que o ensino nas escolas inclua informações sobre a história do povo afro-brasileiro e sua cultura. Apesar dessa obrigatoriedade, há pouco material disponível para se trabalhar, e isso inclui o audiovisual”, contextualiza.

Cynthia lembra que o “Rucker” é um edital diferenciado. “Trabalhamos com pseudônimos. Por isso não há currículos. O currículo não tem peso, mas sim a qualidade do projeto apresentado e sua afinidade com o tema”, diz. Para este ano, uma novidade é que o projeto deve ser apresentado com o Certificado de Produto Brasileiro, evitando conflitos de direito autoral.

Na edição anterior, o Prêmio Rucker Vieira recebeu 71 inscrições, sendo 45 projetos do Nordeste, 21 do Sudeste, três do Sul, um do Norte e um do Centro-Oeste. A Comissão Julgadora, a exemplo das edições anteriores, será composta por cinco integrantes, sendo: um membro representante da TV Brasil, um da área de Audiovisual da Fundação Joaquim Nabuco, ou indicado e três especialistas com experiência comprovada na área, sendo dois representantes da sociedade civil. O resultado final deve ser divulgado em junho.

O edital, em outros anos, já lançou os docs “Artesão dos Sonhos”, “Gangarras da Bandeira” e “Árvore Sagrada”. Depois vieram outros títulos vitoriosos, como “Janela Molhada”, de Marcos Enrique Lopes, “Vigias”, de Marcelo Lordello, “Desterro”, de Marília Hughes e Cláudio Marques, “As Aventuras de Paulo Brusky”, de Gabriel Mascaro – todos tendo concorrido em importantes festivais de cinema do País.

E para quem não sabe, Rucker Vieira (1960-2001), que dá nome ao concurso, era um fotógrafo pernambucano cujo trabalho em “Aruanda”, de Linduarte Noronha, foi uma das grandes inspirações para a estética que surgiria no “Cinema Novo”. Outras informações sobre o concurso de roteiro em (www.fundaj.gov.br).