18º Cine-PE (2014) – noite 1
Um Cine-PE sem firulas
Por Luiz Joaquim | 29.04.2014 (terça-feira)
Foi dada a largada, na noite de sábado, do 18º Cine-PE: Festival de Audiovisual. Sem firulas comemorativas, como nas edições anteriores, a noite de abertura foi objetiva. Marcada pela apresentação ao público do curador do festival – o crítico carioca Rodrigo Fonseca -, foi ele quem atiçou a plateia pedindo um minutos de palmas (e não de silêncio) para José Wilker. Falecido no último dia 5 de abril, o ator fora anunciado pelo Cine-PE, 17 dias antes da data de sua morte, como um dos homenageados desta edição.
Indo direto ao assunto, a tradicional mestre de cerimônias Graça Araújo convidou os representates dos dez curtas-metragens que exibiriam ali antes da atração principal da noite: a premiere nacional do longa-metragem “O Grande Hotel Budapeste”, filme de Wes Anderson, cuja agenda para estrear no Brasil é apenas dia 26 de junho.
Na apresentação deste, a representante da Fox Films do Brasil – distribuidora da produção no País – comentou que Ralph Fiennes, protagonista de “Grande Hotel… gostaria de estar presente, mas não pôde”.
Voltando aos curtas, foi a produção local que teve o privilégio de abrir à noite por meio da competição “Mostra PE”, apenas para obras locais. Neste disputa, estão sete títulos dos quais cinco exibiram sábado. Pela amostragem destes naquela noite sobre o que seria o “melhor” de uma seleção entre as cerca de 80 obras inscritas, o cinema pernambucano estaria muito mal das pernas.
Exceto pelo simpatico “Rabutaia”, de Brenda Lígia, e o cada vez melhor “Au Revoir” – filme de Milena Times que estaria mais justamente posicionado na competição nacional de curtas, em substituição ao primário “No Tiro do Bacamarte… Explode a Cultura Pernambucana”, de Xisto Ramos – todo os outros títulos careciam de sutileza na narrativa e na técnica (para ser sintético na análise).
Entre os doc. curtos nacionais, foi exatamente o experimentalismo e delicadeza que agradou no filme da Ana Johann (“Notícias da Rainha”), e economia do bom primeiro filme de Felipe Arrojo Poroger em “Filho Pródigo”.
Temos de agradecer ao curador Fonseca a presença do instigador curta do veterano Luiz Rosemberg Filho – “Linguagem” – no Cine-PE, um bem vindo “alienígena” neste evento; e pela boa surpresa da noite, o paraense “No Movimento da Fé”, de Fernando Segtowick eThiago Peloes, que mostraram belamente o que um documentário sobre um evento social-cultural, ao contrário do didático “No Tiro do Bacamarte…”.
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