1º VerOuvindo
Cinema para ouvir
Por Luiz Joaquim | 04.04.2014 (sexta-feira)
Começa hoje no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco uma iniciativa de inclusão social que merece observação. É o “VerOuvindo: I Festival de Filmes com Audiodescrição do Recife”, produzido por Liliane Tavares e Karina Galinda. Com curadoria cinematográfica desta última, a mostra que segue até segunda-feira na sala do Derby – sempre às 14h e com entrada franca – visa contemplar prioritariamente deficientes audiovisuais.
“Alguns de nossos convidados estão tão excitados com o fato de ir ao cinema pela primeira vez que nos perguntam que roupa usar para a ocasião. A resposta que damos é: venha com uma roupa confortável”, comenta Liline, proponente do projeto “VerOuvindo”, incentivado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).
Para as produtoras, o objetivo aqui é divulgar a audiodescrição e torná-la uma categoria de premiação nos tradicionais festivais de cinema. Para esta primeira edição foi realizada a produção de quatro audiodescrições. “Isso significa dizer que fizemos os roteiros de audiodescrição, gravamos a locução e a inserimos nos filmes”, explica Liliane.
Na programação, o evento abre hoje com a exibição de curtas-metragens a serem submetidos a votação popular (que terá cédula de votação em braile). Amanhã exibe o longa-metragem “Língua Mãe”, documentário de Fernando Weller e Leo Falcão, mostrando crianças do Brasil, de Portugal e de Angola se encontram através da música.
O domingo verá “Colegas”, filme de Marcelo Galvão, vencedor do Festival de Gramado em 2012, sobre três amigos portadores da Síndrome de Down que fogem para viver uma aventura. Nesta sessão, participa a audiodescritora do Rio Grande do Sul, Márcia Cáspary. Na segunda-feira estão os curtas “Café Aurora”, de Pablo Polo, “Viagem a Marte”, de Toinho Castro, e “Recife Frio”, de Kleber Mendonça Filho.
Neste mesmo dia, com o intuito de apresentar a técnica da audiodescrição aos produtores de audiovisual, haverá um bate-papo com os diretores que tiveram seus filmes audiodescritos, para saber como eles perceberam essa linguagem inserida em suas obras. Essa conversa, que envolverá também os audiodescritores e o público usuário da audiodescrição, estará aberta ao público em geral.
NO FUTURO – Liliana Tavares, que é audiodescritora, deseja na proxima edição do “VerOuvindo” tornar o festival acessível a todos. “Além da audiodescrição, queremos incluir legendas para pessoas surdas e, quem sabe, se tivermos patrocínio, inserir interpretação de libras. Vamos abrir as portas do cinema para todos”, diz.
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