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Festivais

O que mudou com a quinta-feira?

Exibidores percebem poucas mudanças

Por Luiz Joaquim | 27.04.2014 (domingo)

Há seis semanas, a quinta-feira ganhou um novo status na dinâmica de relacionamento entre o mercado de cinema no Brasil e os seus consumidores. Foi no último 13 de março que a Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) definiu a data como ponto de partida para os filmes entrarem em cartaz não mais na sexta, mas sempre na quinta-feira.

Passados pouco mais de um mês, já é possível verificar uma mudança nos costumes do frequentador? E a dinâmica operacional entre os exibidores e os distribuidores cinematográficos?

Para a rede Cinemark, “ainda é cedo para fazer uma análise detalhada sobre o impacto da mudança das estreias dos filmes para a quinta-feira. Mas já é possível afirmar que a iniciativa foi muito bem recebida pelo público da Rede, e acreditamos que seja apenas uma questão de tempo, para que este desenvolva um novo hábito”.

Seu concorrente no Grupo Severiano Ribeiro, o programador Pedro Pinheiro – responsável pelo agendamento de filme nas salas do Grupo no Norte/Nordeste, além de algumas outras salas no Sudeste – reforça a assertiva e diz que seria prematuro responder a estas perguntas.

“O que posso dizer do ponto de vista da operacionalização é que, no nosso caso não mudou muito. Mesmo antes de alternar as estreias da sexta para a quinta, já comunicávamos aos distribuidores na sexta-feira mesmo os títulos que lançaríamos na semana posterior no Norte/Nordeste, e as cópias chegavam aqui no máximo na segunda-feira. Esse prática continua a mesma hoje”, revela.

Para Paulo Menelau, proprietário da rede pernambucana Movimax – com quatro salas “Rosa e Silva” no Recife, duas “Eldorado” em Garanhuns, e uma “Royal” em São Lourenço da Mata – talvez seja preciso esperar fechar um trimestre para termos números mais reveladores sobre a mudança no hábito dos frequentadores de cinema.

“Lembro que a estreia do dia 13 de março não teve impacto, trazendo mais espectadores às salas. A quinta-feira seguinte também não gerou nenhum surpresa, talvez por conta da mudança ainda não estar já estabelecida na cabeça das pessoas. Já com a estreia de “Rio 2”, dia 27, foi beneficiado apenas em São Lourenço [da Mata], pois na quinta-feira oferecemos ingresso com promoção por lá. Mas o grande efeito que percebemos veio mesmo com “Noé”, dia 03/04, e se repetiu com “Capitão América, dia 10/04”, recapitula o empresário.

Paulo, entretanto, relativiza estes sucessos de público em função da quinta-feira. “São filmes grandes e tivemos feríados aí. Tudo isso interfere quando procuramos entender o hábito dos frequentadores”. O exibidor ainda chama a atenção para o fato de, em função da Copa do Mundo de Futebol em junho, os distribuidores estão acelerando seus grandes lançamentos para não chocar com o campeonato. “Os espaços entre um mega-lançamento e outro encurtou. Mal saímos de “Rio”, veio “Noé”, depois “Cap. América” e daqui a pouco temos o “Homem-Aranha”. Este é um outro aspecto a levar em conta nessa análise sobre a dinâmica do público”, finaliza.

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