Durou pouco mais de 40 minutos toda a cerimônia de premiação do 18º Cine-PE: Festival do Audiovisual, ocorrida na noite de ontem no Teatro Santa Isabel. O evento, que contou com os atores Bruno Torres e Deborah Secco como apresentadores, teve a estrutura modificada em função da morte do jornalista baiano João Carlos Sampaio (1969-2014). Ele acompanhava o festival e faleceu na manhã de ontem, vítima de um ataque cardíaco.

Formatado originalmente para homenagear os 50 anos do filme “Deus e Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, e celebrar a carreira do ator José Wilker (1944-2014), a última noite desta edição do festival foi atipicamente triste em função do tom generalizado de despedida.

A primeira homenagem foi para João Sampaio, mostrando o trecho em que o jornalista participa do curta-metragem “MPB: A História que o Brasil Não Conhece” (2011), de André Moraes; sendo seguido pela registro da diretoria da Associação Brasíleira de Críticos de Cinema (Abraccine) sobre sua importância para o pensamento crítico.

Para “Deus e o Diabo…” o Cine-PE pretendia trazer a mãe de Gláuber, Dona Lúcia Rocha, que faleceu em janeiro deste ano. Na homeagem a Wilker, quatro parentes emociadas subiram ao palco e coube à filha ler um texto que o pai publicou no Jornal do Brasil sobre seu amor ao cinema.

PREMIAÇÃO – O longa-metragem carioca “Muitos Homens num Só”, de Mini Kerti, foi o grande vencedor da noite com dez prêmios: filme, direção, ator – Vladimir Britcha, atriz – Alice Braga, roteiro, júri popular, edição de som, trilha sonora, direção de arte, ator coadjuvante.

Este último prêmio foi dividido com o filme “Romance Policial”, que ainda levou o trofeu Calunga de fotografia e atriz coadjuvante (este último também dividido com o filme “Anni Felici”, ainda premiado pela montagem). A Abraccine elegeu “E Agora? Lembra-me” o melhor filme e deu como justificativa um trecho da crítica escrita por João Sampaio sobre este trabalho.